O jornal Correio informa neste sábado (25) que o atendimento a pacientes com sintomas de virose nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Salvador somam 75% das ocorrências.
Entre os casos informados pela Sesab, foram contabilizadas cinco pessoas acometidas pelo vírus Influenza (causador da gripe), duas por covid-19, 23 por SRAG não especificada, 10 por outros vírus respiratórios e 48 em situação de investigação. Contudo, para os integrantes do Unidos da Gripe Pós-Carnaval, bloco fictício forjado de brincadeira nas redes sociais pelos acometidos por sintomas gripais, há outros nomes para os vírus causadores de tosse, dor de garganta e febre nesta época.
“Zona de Perigo! Dessa vez, vai fazer valer o nome”, deu ênfase o frentista Thiago Eduardo de Souza, 29 anos, que pulou três dias de Carnaval no Nordeste de Amaralina e desde a segunda-feira (21) viu sinais de que tinha contraído a virose. Para ele, a doença leva o nome da música de Leo Santana, já que ‘viralizou’ na boca do povo.
Já é tradição de outros carnavais que as músicas mais tocadas na festa dêem nome às viroses de fevereiro. Um costume baiano que ‘homenageou’ no espírito da zoeira artistas como Ivete Sangalo com ‘Cadê Dalila’, em 2009, Filhos de Jorge com ‘Ziguiriguidum’, em 2013, e, mais recentemente, Parangolé com ‘Abaixa Que é Tiro’, em 2019.
Neste ano, não há unanimidade entre as músicas. A prova disso é a mistura de títulos musicais utilizados pela comunicóloga Isabela Aguiar, 32, ao definir a dor de garganta, tosse e coriza depois de quatro dias pulados no Carnaval, com direito a chuva, além de farra no Carmo e no Furdunço.
“Eu chamo de virose do Boneco do cachorro da Carol criado por Ivete na Zona de Perigo. Não gosto de nenhum nome isolado para a virose, como aconteceu em outros anos. De forma geral, acho que fomos todos para a zona de perigo e lá Boneco pegou Carol, que pegou as crias da Ivete, que já tinham metido o louco e o Cachorro”, brincou.
O Correio escutou a infectologista Fernanda Grassi sobre os fatores das viroses pós-Carnaval. “Tem muitos turistas que vêm de fora do país, pessoas de outras regiões que se juntam e isso favorece a disseminação de vírus ou mesmo de bactérias transmissíveis por vias respiratórias”, explica.
Além disso, a alimentação na rua, no calor e sem higienizar as mãos torna possível a proliferação de bactérias, que podem ocasionar viroses gastrointestinais. O longo tempo fora de casa sem se alimentar adequadamente e com pouca hidratação também diminuem a resistência do corpo, baixando a imunidade e deixando as pessoas mais suscetíveis às síndromes respiratórias.
Segundo a especialista, os dois tipos de virose, tanto a respiratória como a gastrointestinal, são comuns nessa época.