24 de novembro de 2024
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Promotor diz que ordem para matar Sergio Moro partiu de facção criminosa

Promotor diz que ordem para matar Sergio Moro partiu de facção criminosa

O promotor Linconln Gakiya, do GAECO de Presidente Prudente, afirmou que o plano para matar o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro foi identificado por meio de um depoimento colhido de uma testemunha em investigações no final de janeiro. Ele afirmou ainda que a ação foi articulada por uma espécie de “departamento de homicídios” da facção criminosa, que usava um codinome para se referir a Moro – que, segundo investigadores, era “Tóquio”.

“Não é surpresa para mim. Convivo com isso há mais de quatro anos. Desde que fiz a remoção (de Marcola, líder da facção, para o presídio federal), minha vida virou de cabeça para baixo. Quase mensalmente tem um plano para me matar”, afirma o promotor que investiga a facção há 18 anos.

A informação sobre o plano de matar ou sequestrar Moro, que era ministro da Justiça quando veio a ordem de transferência do líder da facção para o presídio federal, surgiu num depoimento colhido pelo Ministério Público.

De acordo com Lincoln, as lideranças da facção estavam particularmente incomodadas com o fim da visita íntima nos presídios federais. “Os presos odeiam o Moro por causa disso. Por causa da portaria que proíbe isso no sistema federal. A ordem veio de lá. Creio que queriam um sequestro, mas poderia ser execução também.”

O promotor acionou então a Polícia Federal e a polícia legislativa do Senado. As investigações começaram em janeiro. O setor responsável na facção pela articulação do plano, e que geralmente articula sequestros e resgates, é chamado de “setor de sintonia restrita”, conhecido como “departamento de homicídios e atentados” da facção, conta Lincoln. “Estamos vendo a ousadia desses criminosos. Criaram um setor para isso. Alugaram casas, chácara. É algo estarrecedor. Sou mais um dos alvos. Mas minha maior surpresa foi ser também contra o Moro”, completou o promotor.

A PF deflagrou nesta quarta-feira (22) a operação para prisão dos responsáveis pelo plano. “A gente conseguiu muito rapidamente fazer a investigação. Foi um trabalho conjunto. Em 45 dias a investigação estava concluída”, declarou.

Foto: Reprodução




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