O ministro da Casa Civil, Rui Costa, relacionou a recente onda de ataques a escolas em todo o País com a postura adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Infelizmente o Brasil está colhendo aquilo que foi plantado, semeado ao longo dos quatro anos”, disse.
Para ele, esse novo fenômeno está ligado a medidas adotadas pelo antigo governante, que incentivou o acesso a armas pela população. As declarações foram dadas após o ministro participar de um evento neste sábado, em Salvador.
“Como na agricultura, se você plantar semente de mamão você vai ter um pé de mamão, se você plantar soja você vai colher soja e, ao longo dos quatro anos, o Brasil infelizmente comandado pelo ex-presidente da República plantou ódio, racismo, preconceito contra mulheres, preconceito contra nordestino, preconceito contra negros, um ambiente de colocar crianças para até pegarem em armas. Infelizmente, o Brasil ficou parecido com outras nações, com ataques a escolas”, afirmou.
O ministro defendeu ainda o que chamou de reconstrução de valores familiares e de afeto no país e informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai promover um evento pela paz, com a participação de representantes de várias religiões. O encontro ocorrerá após uma reunião com os presidentes dos Três Poderes, prevista para terça-feira.
“Na terça-feira pela manhã o presidente da República já convidou os 27 governadores, a presidente do STF, o presidente da Câmara, do Senado, do Ministério Público para juntos fazerem uma reunião onde o presidente quer chamar a parceria de todas os poderes municipais, estaduais e os outros poderes judiciais, do parlamento para um mutirão, um mutirão a favor vida, um mutirão a favor da família, a favor da paz”, disse.
Segundo Rui Costa, o objetivo de Lula na reunião com líderes de “todas as religiões do país” será fazer um apelo “pela paz, pelas crianças, pela vida e que as famílias voltem a abraçar seus filhos”.
Ele também criticou o papel das redes sociais na divulgação de conteúdos que estimulam a violência. Esta semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se reuniu com representantes das principais plataformas e cobrou uma atuação mais efetiva para evitar novos ataques.
“Muita coisa é exposta às crianças e adolescentes nessas redes que não deveria estar sendo oferecida. Cenas de violência, grupos estimulando o ódio, preconceito. Então o governo está montando junto com o Ministério Público, com o judiciário um cerco a esse tipo de exposição”, afirmou.
O ministro comparou o papel das redes com mídias offline para defender maior regulação das plataformas digitais. “Se alguém postasse uma foto numa placa de outdoor de alguém dando uma machadada na cabeça de uma criança, tem ali uma comoção social e não ficaria uma hora a placa. Mas quando esse mesmo conteúdo é exposto em rede social, há, por parte dos proprietários da rede, uma defesa como se aquilo fosse liberdade de expressão. E nós sabemos que o algoritmo, a inteligência artificial vai expondo de forma preferencial toda vez que uma criança, um adolescente abre o seu celular e tablet aquelas imagens aparecem com mais frequência. Isso não pode acontecer”, afirmou.