O programa Ouro Negro, que beneficia blocos afros com recursos para o carnaval, foi apresentado na noite de terça-feira (16). Neste ano, 132 instituições e blocos estarão nas festas com apoio do governo do estado em Salvador e no interior do estado.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, esteve no evento de lançamento junto ao vice-governador, Geraldo Júnior, e outros secretários e autoridades. Foram destinados R$ 15 milhões para o Carnaval Ouro Negro, o dobro do aportado em 2023, conforme o governo da Bahia.
O programa começou como edital em 2008. Em 2014, com a publicação da lei que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, foi reconhecido como política pública.
Houve um aumento de 127% no número de entidades beneficiadas, em relação ao ano passado. O número passou de 70 para 132.
Os investimentos no Ouro Negro se estende para outras festas populares como as lavagens de Itapuã e de Santo Amaro, e carnavais do interior, como a Micareta de Feira de Santana.
Em Salvador, 103 grupos foram beneficiados para se apresentar no Carnaval. Entre estes, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Olodum, Malê Debalê, Cortejo Afro, Bloco Alvorada, Bankoma e Banda Didá.
O tema da festa popular é uma homenagem aos 50 anos da presença dos blocos afros nos circuitos: “Nossa energia é ancestral”.
Além dos tradicionais circuitos Dodô, Osmar e Batatatinha, as agremiações também participam dos circuitos Orlando Tapajós, Sérgio Bezerra, Riachão, Mestre Bimba e Mãe Hilda Jitolú.
O Programa Ouro Negro contou com uma política de inclusão para inserção de entidades que tivessem no seu quadro diretivo pessoas LGBTQIAPN+, além de jovens negros e/ou mulheres negras. De acordo com o governo, mais faixas também foram incluídas para que mais grupos participassem e ampliar o número de beneficiados.
A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, explicou que um dos objetivos é também estimular o equilíbrio na presença de mulheres e pessoas LGBT na direção dos blocos.
Um dos afoxés contemplados foi o Filhas de Gandhy, que dá destaque especial às mulheres negras. Nesse carnaval, o grupo completa 45 anos.
Foto: Fernando Vivas/GOVBA