21 de novembro de 2024
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Único deputado federal do MDB na Bahia é investigado por desvio de verbas e contratos com empresa fantasma, diz revista

Único deputado federal do MDB na Bahia é investigado por desvio de verbas e contratos com empresa fantasma, diz revista

Único representante do MDB da Bahia no Congresso, herdeiro do espólio do clã Vieira Lima e do carlismo, o deputado Ricardo Maia é um fiel aliado da cúpula do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sua força está mesmo em pequenos municípios do semiárido do Noroeste baiano, onde erigiu uma oligarquia estruturada em negócios suspeitos.

A revista IstoÉ informa que este ano o governo federal liberou para ele R$ 43 milhões de emendas impositivas e de bancada, com as quais pretende eleger novos prefeitos para fortalecer o feudo. O novo cacique, que responde processos nos órgãos de controle, diz que negócios com parentes podem ser imorais, mas não ilegais, e atua no vácuo de outros coronéis da política no sertão baiano.

Empresa fantasma

Segundo a IstoÉ, Ricardo Maia apresentou 14 recibos de locação de uma empresa, a RM Veículos Ltda, da cidade de Tucano, que não aluga carros. Somados, a Câmara gastou até agora quase R$ 178 mil para a bancar a mobilidade do deputado em sua base.

Ele também contratou uma empresa de marketing em Tucano, que só tem ele como cliente, e uma outra, a Pau Brasil, que aparece nos documentos da Receita Federal e Junta Comercial da Bahia, com um endereço em Salvador, na Rua Doutor Osvaldo Ribeiro, 198, em Ondina, um prédio comercial, onde ninguém nunca ouviu falar da agência.

Em Ribeira de Pombal, o deputado também faz gastos de combustíveis no valor de R$ 12.700 mensais no Posto Canabrava cujo dono, Antônio Wendel Pereira de Souza, agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é seu cunhado e fornecedor da prefeitura desde que Ricardo Maia era prefeito.

Na gestão do atual prefeito, Eriksson Silva, aliado e ‘faz tudo do deputado’, o PRF Wendel foi agraciado com um contrato milionário: R$ 12,2 milhões, assinado em dezembro de 2023, para fornecer gasolina comum, óleo diesel e etanol para a Prefeitura de Pombal.

O prefeito é um dos investigados por suspeitas de desvios atribuídos à empresa Keq Construções Ltda aberta em 2011, tendo como sócia sua esposa Aline Santos Silva. Só em 2014 o nome de Eriksson aparece como procurador da Keq em transações bancárias e no depoimento de um ex-funcionário da empresa numa ação trabalhista. No mesmo ano ele assumiu como titular da secretaria de Administração do município e, em 2020, indicado por Ricardo Maia, disputou e venceu a eleição em Ribeira do Pombal.

Uma ação popular o acusa de ser sócio oculto da empresa, que ganhou vários contratos de limpeza, locação de veículos e construção em contratos que, segundo denúncia encaminhada ao Ministério Público da Bahia, foram obtidos em pregões fraudados para camuflar a falta de licitação.

A publicação destaca ainda que, no total, o deputado federal Ricardo Maia (MDB) é investigado em sete ações na Justiça Federal de Alagoinhas por suspeita de desvios de verbas federais para educação destinadas ao município. Numa delas, o então prefeito é acusado de usar cerca de RF 11,5 milhões do Fundeb, do Ministério da Educação, para pagar honorários a um escritório de advocacia de Salvador que atuou num rumoroso caso de R$ 72 milhões em precatórios que o governo federal, por força de decisão judicial, repassou ao município e que deveriam ter sido usados integralmente na melhoria do ensino básico.

De acordo com a revista, o parlamentar nega as irregularidades. Clique aqui para ler a matéria completa da revista IstoÉ.




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