A 9ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ) foi marcada pelo avanço contínuo em acessibilidade, inclusão e investimento na diversidade humana entre seus colaboradores.
Entre os dias 6 a 10 de agosto, o evento proporcionou a movimentação de cerca de 300 mil pessoas no Centro Histórico de Salvador, com ativação de mais de 150 espaços públicos e privados, com uma programação 100% gratuita e com recursos como interpretação em Libras, audiodescrição e a participação ativa de pessoas com deficiência (PcDs) nas equipes de produção, comunicação, ministradores de oficinas e palestrantes.
Daiane Pina, curadora de acessibilidade da maior festa literária da Bahia, destaca que o trabalho é constante e desafiador: “Pensar acessibilidade é mais do que cumprir uma lei, é enxergar a diversidade humana. A FLIPELÔ vem avançando a cada edição. Este ano, foi muito satisfatório. Tivemos intérpretes de Libras, pessoas com deficiência trabalhando em diversas áreas e um público cada vez mais diverso”.
Para Angela Fraga, presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, o compromisso com a inclusão faz parte da essência do evento. “A FLIPELÔ é um presente que a Fundação Casa de Jorge Amado oferece a Salvador e ao mundo. Nosso papel é valorizar a literatura e, ao mesmo tempo, tentar garantir que todas as pessoas possam vivenciar a festa plenamente”, afirma.
*Programação inclusiva*
A programação também abriu espaço para o protagonismo de artistas e produtores com deficiência. A influenciadora Amanda Soares, criadora do perfil ‘PCD Perigosa’ no Instagram e palestrante sobre protagonismo das PcDs na literatura, ressaltou a relevância da pauta: “É fundamental que eventos como a FLIPELÔ tenham mesas e palestras sobre o protagonismo da pessoa com deficiência. Esses espaços ampliam a representatividade e inspiram novas narrativas”.
Vinda de Ilhéus, a ilustradora Lis Kalid, que é pessoa com deficiência auditiva, elogiou a iniciativa: “Parabenizo a FLIPELÔ por abrir espaço para temas sobre acessibilidade. É inspirador ver um evento desse porte tratar a inclusão com tanta seriedade”.
Ao longo dos cinco dias de festa, foram realizadas mesas, rodas de conversa, contação de histórias, apresentações de dança, poesia, oficinas e intervenções artísticas com incorporação de recursos de acessibilidade, reafirmando a posição da FLIPELÔ como evento calendarizado no cenário nacional e exemplo de celebração cultural inclusiva.
Foto: Guilherme Weber de Lima/Fundação Casa de Jorge Amado