4 de novembro de 2025
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Camaçari: Roda de conversa no Centro Educacional Darcy Ribeiro abre Novembro Negro da Seduc

Camaçari: Roda de conversa no Centro Educacional Darcy Ribeiro abre Novembro Negro da Seduc

Cerca de 60 alunos dos 8º e 9º anos do Centro Educacional Darcy Ribeiro, em Barra do Jacuípe, participaram na manhã desta terça-feira (4) da primeira roda de conversa do projeto Novembro Negro “Aquilombando Camaçari: Trajetória e (Re)existência”. A atividade da Secretaria de Educação (Seduc) acontece por meio da Coordenação de Educação Étnico-Racial, tendo por objetivo promover reflexões, ações e práticas pedagógicas que valorizem a identidade negra no combate ao racismo estrutural, ampliando o letramento racial na rede municipal de ensino.

Segundo Marta Mota, coordenadora de Educação Étnico-Racial da Seduc, o projeto Novembro Negro foi pensado para promover a socialização das produções relativas ao tema que acontecem no ambiente escolar. “Sabemos que existem as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que instituem a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas instituições de ensino. As escolas já trabalharam essa temática durante o ano todo, por meio de formações promovidas pela Seduc, de modo que nossos jovens precisam ter acesso a conhecimentos que os empodere”, explicou a pedagoga e professora da rede municipal.

O diretor do Darcy Ribeiro, Rafael Teixeira, entende que a finalidade do projeto Novembro Negro é empoderar. “Nossos alunos precisam realmente entender o seu lugar na sociedade como pessoas negras e assumir essa cultura, não ter vergonha de quem são”, enfatizou.

Estudantes de 14 anos que cursam o 8º ano B no Darcy Ribeiro, Maria Alice Soares e Bruna Carvalho acreditam que a roda de conversa temática traz um assunto fundamental a ser pontuado na escola: o racismo. “Todos os alunos devem ter consciência de que isso é errado e que não deve acontecer, principalmente nas áreas escolares”, destacou Alice.

Para a colega Bruna, o problema ganha uma nova camada dentro do contexto social no qual existem as redes sociais. “As pessoas são mais focadas na rede social. Se, por exemplo, uma pessoa estiver sofrendo racismo, a primeira atitude vai ser pegar o celular e gravar, invés de se enxergar na pessoa e procurar defendê-la”, problematizou a jovem.

Pablo Marciel, estudante de 15 anos do 9º ano C, vê como fundamental as atividades escolares sobre consciência negra. “Como esse racismo estrutural está muito impregnado na nossa sociedade, muitas vezes passa batido e muito facilmente é visto como ‘mimimi’. E isso me deixa meio que triste, porque em determinadas situações eu vejo coisas que acontecem comigo e eu penso: será que se eu fosse branco isso aconteceria comigo?”, questionou o jovem.

Durante o mês de novembro, as escolas municipais sediarão novos momentos de diálogo entre educadores e estudantes. Nesta terça-feira, também foi realizada uma roda de conversa na Escola Municipal Nilza Lemos Pinheiro Lacerda, em Catu de Abrantes.

Novas rodas de conversa acontecerão nos dias 7 e 11 de novembro. Pela manhã, no dia 7, o encontro será no Centro Educacional Maria Quitéria, e à tarde, na Escola Municipal Virgínia Reis Tude. Em 11 de novembro, a programação segue na Escola Municipal Amélia Rodrigues, no turno matutino, e à tarde, no Centro Educacional Barra do Pojuca.

A programação traz ainda a mostra Novembro Negro, que acontecerá nos dias 13 e 14 de novembro, na Cidade do Saber e no Colégio Estadual de Vila de Abrantes, no Teatro Tupinambás. Serão divulgadas ações e projetos desenvolvidos pelas unidades escolares, com apresentações artísticas e culturais, além da participação de professores da rede que integram o curso promovido pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

O projeto também prevê a exibição de painéis da campanha visual “Aquilombando Camaçari/Aquilombando Saberes”, dispostos na sede e orla do município. Ficarão, respectivamente, na Praça João Ramos Coroa, popularmente conhecida como Praça dos 46, e na entrada de Arembepe, retratando personalidades negras de relevância histórica em diversos campos do saber, com destaque para a educação.

Foto: Juliano Sarraf/PMC




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