No bairro Jardim Limoeiro, as portas da casa de Hamilton Rodrigues da Purificação, 62 anos, se abrem periodicamente para a equipe do programa Melhor em Casa, o que se traduz em acolhimento e cuidado humanizado. O paciente, admitido em 1º de agosto na iniciativa, já testemunha melhoras significativas que têm impactado sua saúde e qualidade de vida.
Desde o dia 28 de maio, quando foi reativado pela Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria de Saúde (Sesau), o Melhor em Casa já realizou 1.700 atendimentos na sede, orla e zona rural do município, com visitas domiciliares feitas por equipe multidisciplinar. O programa contempla pacientes residentes em Camaçari que necessitam de acompanhamento contínuo, mas que não demandam internação hospitalar.
Clínico-geral que atua no Melhor em Casa, o médico Sinval Francisco de Oliveira relata o progresso testemunhado na saúde de Hamilton e como o programa tem impactado de maneira especial a vida de muitas pessoas. “Hamilton é um paciente com sequelas de hanseníase e, quando iniciamos o acompanhamento, estava totalmente acamado, não deambulava, apresentava sintomas depressivos e não estava querendo se alimentar”, conta.
A equipe começou a atuar implementando ações integradas de cuidado, incluindo coleta de sangue domiciliar para exame laboratorial, curativos, fisioterapia, atendimento nutricional, aferição de pressão arterial e de glicemia, dentre outros. “Atualmente ele apresenta melhora tanto no quadro psicológico quanto físico. Já caminha, toma banho sozinho, tem uma melhor qualidade de vida. O caso de Hamilton mostra a importância do Melhor em Casa para os pacientes, balizado no atendimento multidisciplinar da Atenção Primária em Saúde”, completa o médico.
O próprio Hamilton Purificação relata, com bastante carinho, a experiência com o programa, desde a primeira visita do agente de saúde e avaliação da equipe do Melhor em Casa.
“Eles passaram a medicação certinha, me orientaram, vou fazendo e estou melhorando. Eu não andava mais, agora já estou caminhando, pelo menos até a mesa. Venho, posso recepcionar uma visita, faço o café do meu pai. A equipe vem, faz curativo, me atende muito bem, são pessoas bastante humanas, e isso também faz com que eu melhore. Acho que nunca fui tratado assim tão bem. Pra mim é ótimo, se fosse classificar com um número, de 1 a 10, é 10, porque são pessoas que me tratam como filho”, enfatiza.
O público-alvo do programa inclui pacientes acamados, com doenças crônicas, em cuidados paliativos, com mobilidade reduzida, pós-AVC, em uso de antibiótico venoso ou em recuperação pós-cirúrgica, dentre outros. As ações do Melhor em Casa são articuladas com toda a rede: Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e serviços de urgência e emergência, garantindo continuidade no tratamento e suporte integral ao paciente.
Amaury Miranda, diretor das Policlínicas e Especialidades da Sesau, destaca que a proposta é ofertar atendimento clínico de qualidade. “Reativamos o programa em maio, após ele ser descontinuado em outubro de 2024. São ofertados serviços como administração de medicamentos, curativos, coleta de sangue, reabilitação, capacitação de cuidadores, além de orientações que fortalecem o cuidado familiar”, pontua.
O diretor explica como as pessoas podem acessar a iniciativa. “É necessário que sejam encaminhados um relatório e uma solicitação através da unidade de saúde do bairro. Em seguida, a equipe faz a análise e realiza visita para verificar os critérios de elegibilidade. Atualmente, temos 65 pacientes ativos”, indica.
A ação segue diretrizes do Ministério da Saúde e faz parte da estratégia nacional de reorganização do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os principais benefícios do programa estão: redução de internações prolongadas, aumento da rotatividade de leitos hospitalares, prevenção de infecções hospitalares e fortalecimento do vínculo entre paciente, família e equipe de saúde.
Foto: Patrick Abreu/PMC







