Neste 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a Associação Baiana de Deficientes Físicos (ABADEF) chama atenção para a urgência de fortalecer políticas públicas que assegurem uma inclusão plena e efetiva na Bahia. Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, milhares de baianos com deficiência ainda enfrentam barreiras que limitam seu acesso a direitos básicos, como saúde, educação, trabalho e mobilidade.
A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), reforça o compromisso global com a promoção da igualdade, do respeito e da garantia de autonomia. Para a ABADEF, é também um dia de reafirmar o papel da sociedade e do poder público na construção de ambientes verdadeiramente acessíveis.
Segundo os dados mais recentes do Censo 2022 do IBGE, a Bahia tem aproximadamente 1,2 milhão de pessoas com alguma deficiência, o que representa 7% da população do estado. Desse total, as mulheres são a maioria e a deficiência visual é a mais comum.
De acordo com a ABADEF, a falta de acessibilidade segue como um dos maiores desafios na vida das pessoas com deficiência. Calçadas irregulares, ausência de rampas, transporte insuficiente e prédios públicos sem adequações mínimas dificultam a circulação e a independência de milhares de pessoas todos os dias.
Além disso, as barreiras comunicacionais continuam excluindo pessoas com deficiência auditiva, visual e intelectual da participação plena em serviços essenciais, eventos públicos e experiências culturais.
O cenário da inclusão na Bahia também exige melhorias nos serviços públicos. Na educação, a ausência de materiais adaptados e de profissionais capacitados compromete a efetividade da educação inclusiva. Na saúde, pessoas com deficiência ainda convivem com atendimentos inadequados, falta de acessibilidade nos equipamentos e escassez de serviços de reabilitação.
Mesmo com legislações específicas, como a Lei de Cotas, o mercado de trabalho segue pouco preparado para incluir pessoas com deficiência de forma efetiva. Faltam oportunidades, adaptações e programas de qualificação. A inclusão só se fortalece quando autonomia e dignidade são garantidas.
A presidente da ABADEF, Silvanete Brandão, destaca que a participação ativa das pessoas com deficiência nos espaços de decisão é fundamental. A representatividade fortalece políticas públicas, amplia o debate e garante que as reais demandas desse público sejam ouvidas e atendidas.
“A inclusão só existe de fato quando as pessoas com deficiência ocupam lugares de fala e de poder. Não queremos favores, queremos direitos garantidos e respeito. Este 3 de dezembro é um chamado para que o Estado e toda a sociedade avancem de forma concreta e contínua”, afirma Silvanete.
A ABADEF se consolidou, ao longo dos anos, como o principal espaço de acesso, acolhimento e defesa das pessoas com deficiência na Bahia. Hoje, a entidade atua com o peso e a legitimidade, funcionando como centro de consultoria, formação e orientação para famílias, instituições e órgãos públicos. Além disso, tornou-se um polo de mobilização e fomento de lutas, articulando políticas, colocando pautas históricas em evidência e garantindo que as demandas das pessoas com deficiência sejam tratadas com seriedade, técnica e compromisso social.
A entidade tem um compromisso histórico com a defesa dos direitos das pessoas com deficiência na Bahia, atuando por meio de advocacy, formação, orientação jurídica, mobilização social e articulação com órgãos públicos.
A entidade reafirma seu compromisso histórico com a defesa dos direitos das pessoas com deficiência na Bahia. Por meio de advocacy, formação, orientação jurídica, mobilização social, campanhas educativas e articulação com órgãos públicos, a ABADEF vem contribuindo para ampliar conquistas e fortalecer a cidadania.
Para além das reivindicações, a associação também celebra cada avanço, cada política implementada e cada novo espaço acessível que se torna realidade, resultados de uma luta coletiva.
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