9 de dezembro de 2025
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Cuidados paliativos são um direito humano ainda pouco difundido no Brasil, destacam especialistas pioneiros na Bahia

Cuidados paliativos são um direito humano ainda pouco difundido no Brasil, destacam especialistas pioneiros na Bahia

Nesta quarta-feira, dia 10 de dezembro, o mundo celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Especialistas ligados a cuidados paliativos reforçam a importância do acesso a cuidados fundamentais para garantir dignidade, conforto e alívio do sofrimento em pessoas com doenças graves ou incapacitantes, necessitando de reabilitação.

“O cuidado paliativo ainda é pouco difundido no Brasil. Embora o tema tenha ganhado mais visibilidade nos últimos anos, muitos pacientes e famílias ainda não conseguem chegar a serviços estruturados, seja por desconhecimento, barreiras no sistema de saúde ou falta de orientação adequada”, analisa Lucas Andrade, fundador e VP de novas estratégias e negócios da clínica Florence, dedicada ao segmento há oito anos.

Médico cardiologista, Lucas passou a atuar com cuidados paliativos inspirado tanto pela prática clínica quanto por uma experiência pessoal, ao perceber que esse tipo de suporte poderia garantir mais qualidade de vida a um familiar que passava por um quadro delicado de saúde. Hoje, ele busca ampliar o diálogo sobre acesso e informação relacionados ao tema.

“Quando falamos de direitos humanos, também estamos falando do direito ao alívio da dor, ao cuidado integral e ao respeito à dignidade da pessoa adoentada. Todo paciente deveria ter acesso a cuidados paliativos e processos de reabilitação que tragam mais conforto, autonomia e qualidade de vida”, afirma.

Desinformação

Um dos principais desafios é a persistência da ideia de que cuidados paliativos se aplicam apenas ao fim da vida. Na prática, trata-se de um conjunto de intervenções que pode acompanhar o paciente desde o diagnóstico de uma condição grave, atuando no controle da dor, na mobilidade, na nutrição, na saúde emocional e na comunicação com a família.

“Pessoas que sofreram AVC, vivem com doenças neurodegenerativas ou com limitações severas têm direito a uma rede de reabilitação eficiente. Isso é dignidade humana. Todos merecem cuidado especializado que reduza sofrimento e preserve o máximo possível de funcionalidade”, pondera a médica paliativista Dra. Yanne Amorim. A médica reforça que direitos humanos incluem acolher quem cuida. “Orientação, escuta e participação nas decisões fazem diferença tanto para o paciente quanto para a família”, enfatiza.

Embora existam avanços importantes no país e, desde 2024, o Sistema Único de Saúde conte com a Política Nacional de Cuidados Paliativos, que orienta a oferta desse tipo de assistência em diferentes níveis de atenção, a cobertura ainda é limitada — especialmente fora dos grandes centros urbanos —, o que reforça a importância de serviços especializados para suprir as necessidades de pacientes com doenças graves e condições incapacitantes.

Foto: Divulgação




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