O deputado estadual Manuel Rocha (União Brasil), presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), classificou como “desinformação e ataque ao agronegócio” as questões do Enem 2023 sobre o setor e disse que os textos têm cunho ideológico. A prova foi aplicada no último domingo (5) e tem três questões relacionadas ao Agro, sendo que uma delas aponta informações negativas contra o setor.
“É lamentável que o Enem traga uma questão cuja resposta esteja direcionada pelo viés ideológico do avaliador. Não se trata de uma resposta correta, mas sim de uma resposta que condiga com uma visão rasa, preconceituosa e infelizmente desinformativa sobre o agronegócio. Esse tipo de conteúdo não ajuda em nada na formação dos estudantes. Muito pelo contrário, aliás: só contribui para colocar os jovens contra esse setor econômico, que tanto emprega e que tem cada vez mais buscado profissionais com formação superior”, disse Manuel Rocha.
A questão, no caso, é a de número 89 do caderno de questões branco, que supostamente abordou a “subordinação” do conhecimento local no Cerrado brasileiro à “lógica do agronegócio”. Segundo o texto apresentado, o “capital” impõe a universalização de práticas agrícolas e o uso de novas tecnologias, bem como “o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”. A resposta esperada pelo avaliador era o item A, afirmando que há um “cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”.
Para Manuel Rocha, o texto e a resposta esperada não têm como base nenhum critério científico ou acadêmico, e apenas reproduzem discursos já conhecidos pelo preconceito e pela superficialidade que são usados de maneira rotineira contra a atividade de agricultores e pecuaristas. Ele lembra que, somente na Bahia, o setor agropecuário representa quase 30% do PIB do estado, além de gerar milhares de empregos diretos e indiretos.
“O Enem é a avaliação porta de entrada para praticamente todas as universidades do país. Um conteúdo meramente ideológico pode afastar os jovens de carreiras promissoras, antes mesmo deles entrarem nas faculdades. Temos que dar liberdade aos nossos estudantes de escolherem a formação que eles preferirem, baseado no conceito de cada um, e não num conceito direcionado. Inclusive, se quiserem, no agronegócio, setor que tem empregado cada vez mais pessoas e que é riquíssima em investimentos para pesquisas e estudos de campo para desenvolvimento de novas tecnologias”, completou o deputado estadual.
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