Localizada no Território de Identidade Costa do Descobrimento, a cidade de Alagoinhas – distante 118 quilômetros de Salvador -, poderá ser declarada a “Capital da Produção da Cerveja no Estado da Bahia”. Projeto nesse sentido foi apresentado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Angelo Coronel (PSD), à Mesa Diretora da Casa.
O parlamentar, na proposição, destaca a favorável posição geográfica do município, beneficiado pelo Aquífero de São Sebastião, que “abriga uma das melhores águas do mundo”, responsável por transformá-lo num grande centro produtor industrial de cerveja. A primeira fábrica de cerveja instalada no município foi a Schincariol, na década de 90, às margens da BR-101, que chegou a liderar o mercado nordestino do ramo.
Tal condição acabou por promover o crescimento de outros setores da economia de Alagoinhas, a exemplo da agropecuária e o setor de comércio e serviços, em especial, impactando positivamente na geração de postos de trabalho em níveis local e regional. O efeito multiplicador movimentou uma extensa cadeia produtiva, algo da ordem de 14% da indústria de transformação do país.
Essa condição, entende o pessedista, contribui para o seu Produto Interno Bruto (PIB), atualmente da ordem de 2,7 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2015), sendo o 15º entre os 417 municípios baianos. Do montante do bolo financeiro, cerca de 35% é originário do setor industrial – conforme IBGE/Superintendência de Estudos Econômicos/2014.
Os resultados socioeconômicos “podem ser observados, dentre outros, pelos níveis de ocupação e rendimento. Segundo o IBGE/2018, a massa de pessoal assalariado saiu de cerca de 14 mil para 26 mil entre os anos de 2006 e 2015, onde o ganho médio dos trabalhadores formais está em torno de 2,1 salários mínimos”.
Na justificativa, o chefe do Legislativo estadual faz um histórico do desenvolvimento da cidade, iniciado com a descoberta de poços de petróleo e o incremento do transporte ferroviário, ocorridos nas décadas de 60 e 70. Seu primeiro povoamento deu-se ao final do século XVIII, configurando-se num importante centro de desenvolvimento socioeconômico do Estado.
Em 2013, o Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava e Crystal, inaugurou sua primeira fábrica no Nordeste, um investimento inicial de R$ 600 milhões e capacidade de produção de seis milhões hectolitros/ano. “O valor investido chegou a cerca de R$ 1 bilhão à época, chegando a absorver em torno de três mil trabalhadores.
Alagoinhas tem como municípios limítrofes as cidades de Inhambupe, Catu, Araças, Aramari, Conde, Entre Rios e Teodoro Sampaio, e tem a BR-101 e a BR-110 como principais vias de acesso rodoviário.