A Prefeitura reuniu arquitetos, urbanistas, investidores e representantes de entidades brasileiras e internacionais, na manhã desta terça-feira (20), para apresentar o programa da competição internacional Reiventing Cities e convidar especialistas a inscreverem seus projetos. Lançada pelo C40 (Grupo de Grandes Cidades para Liderança do Clima), a competição visa tornar as cidades mais sustentáveis, comprometidas com a diminuição das emissões dos gases do efeito estufa e menos vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
O encontro foi iniciado por volta das 9h, no auditório do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), na Pituba. Participaram da abertura do evento o secretário Municipal da Cidade Sustentável e Inovação, André Fraga; o vice-diretor do C40 para a América Latina, Illan Cuperstein; o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Cláudio Cunha; o presidente do Sinduscon, Carlos Henrique Passos, e membros do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA).
Na ocasião, Fraga ressaltou a importância do Reiventing Cities para a capital baiana. “Esse é um grande concurso público para pensar na reinvenção de espaços urbanos. A ideia é que a cidade possa se conectar ao que há de mais interessante, do ponto de vista da sustentabilidade, e que alguns de seus espaços mais importantes possam ser repensados e requalificados com critérios modernos e atuais. Acho que para nós é uma grande oportunidade de disponibilizar esses locais para que qualquer arquiteto e urbanista do mundo inteiro possa pensar numa solução bacana”, afirmou.
A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield, apresentou um breve panorama da situação social e econômica de Salvador e falou sobre os recentes planos direcionados para o desenvolvimento local. “A proposta do Reiventing Cities é muito bacana, e o mais interessante é a possibilidade de estabelecer um diálogo entre os projetos dessa competição e os planos vigentes na capital, como o Salvador 360, o planejamento estratégico para o próximo quadriênio e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano”, disse.
Participação – Salvador é uma das 19 cidades no mundo, e uma das duas brasileiras, que farão parte da disputa global. Além da capital baiana, apenas Rio de Janeiro faz parte da lista dos municípios brasileiros inscritos. A proposta da disputa é estimular a criação de sugestões que transformem espaços urbanos mal utilizados em lugares mais sustentáveis e resilientes, isto é, preparados para resistir às mudanças ambientais.
Serão selecionadas as ideias mais inovadoras e capazes de serem replicadas, servindo como modelo para outros lugares. Para que os projetos inscritos possam abordar soluções para os variados desafios ambientais enfrentados pelas cidades, 49 áreas ao redor do mundo foram escolhidas para serem repensadas. Na capital baiana, três espaços foram disponibilizados para os projetos: o Aquidabã, a antiga sede da Limpurb (na Avenida Sete Portas) e o Vale dos Barris.
Propostas – As propostas para os locais devem estar de acordo com os critérios e requisitos do regulamento da competição e também com as especificações de cada local. Os documentos com todas as regras podem ser acessados no site www.c40reinventingcities.org/pt/guidelines.
Os projetos devem ser enviados até 4 de maio. A previsão é que em julho deste ano comece a segunda fase da competição, quando as equipes selecionadas desenvolverão o projeto final. No fim da disputa, o proprietário de cada terreno fará o acordo legal de compra ou aluguel da área onde as ideias serão implementadas. Os projetos vencedores servirão de modelo para as cidades de todo o mundo.
Sustentabilidade – As equipes participantes, além de criar empreendimentos com emissões de carbono o mais próximo possível de zero, devem conciliar os desempenhos ambientais com uma boa arquitetura e benefícios à comunidade. A expectativa é que o Reinventing também incentive a parceria entre o setor público e privado para promover um desenvolvimento urbano sustentável e economicamente viável.
Os grupos de trabalho devem ter caráter multidisciplinar, por isso, precisam mobilizar vários participantes e agregar, além de arquitetos, urbanistas e especialistas em meio ambiente, profissionais e participantes de outras áreas, como artistas, designers e membros da comunidade.
Foto: Marcelo Gandra/Divulgação