Até o final deste ano, cerca de 73 mil brasileiras terão recebido o diagnóstico de câncer de mama, considerando o triênio 2023-2025, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Embora a doença esteja fortemente associada às campanhas de prevenção e diagnóstico precoce, um tema ganha cada vez mais relevância nesse contexto: o impacto do tratamento oncológico sobre a fertilidade feminina. Quimioterapia, radioterapia e alguns medicamentos reduzem a quantidade e a qualidade dos óvulos, o que pode comprometer a possibilidade de gestação futura justamente em um momento em que muitas mulheres ainda desejam ou planejam a maternidade.
Nesse cenário, a medicina reprodutiva tem se consolidado como uma aliada importante para oferecer esperança e autonomia às pacientes. O congelamento de óvulos, realizado antes do início do tratamento contra o câncer, permite preservar gametas em qualidade e quantidade adequadas, garantindo a chance de uma gravidez posterior com o auxílio de técnicas de reprodução assistida. “Discutir a preservação da fertilidade nesse caso é mais do que uma questão médica: é também uma forma de dar autonomia e esperança a essas mulheres. Graças à tecnologia da vitrificação, os óvulos podem ser conservados por anos e utilizados futuramente, permitindo que a paciente foque no que mais importa naquele momento, que é a busca pela cura do câncer”, afirma a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.
O procedimento é indicado principalmente para mulheres em idade fértil que ainda não tiveram filhos ou desejam adiar a maternidade, e deve ser realizado antes do início da quimioterapia ou radioterapia. Apesar do curto intervalo entre diagnóstico e tratamento, a criopreservação pode ser organizada de maneira rápida e segura, sem comprometer a urgência do cuidado oncológico. O procedimento combina ciência, tecnologia e cuidado individualizado. Após avaliação médica completa, a paciente passa por estimulação ovariana, com medicamentos que estimulam o desenvolvimento de múltiplos óvulos maduros. Durante o processo, há monitoramento por ultrassons e exames laboratoriais. A coleta, rápida e geralmente realizada sob sedação, resulta em óvulos que são submetidos à vitrificação, técnica que garante preservação a longo prazo.
“A preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos é um dos avanços mais importantes da medicina reprodutiva. Ela representa uma oportunidade concreta de manter o desejo da maternidade mesmo diante de um diagnóstico tão desafiador. Orientar as pacientes sobre essa alternativa é oferecer futuro e confiança em um dos momentos mais delicados da vida”, acrescenta a especialista.
Embora o congelamento de óvulos não garanta a gravidez, ele amplia as chances de uma gestação bem-sucedida, preservando a qualidade do material genético feminino. O sucesso do procedimento depende de fatores como idade da paciente, condições de saúde, qualidade do sêmen do parceiro e estilo de vida, mas quanto mais cedo for feito, maiores são as possibilidades. Para o IVI Salvador, trazer essa pauta ao Outubro Rosa é reforçar que cuidar da fertilidade também é cuidar da saúde integral da mulher, oferecendo alternativas para que o diagnóstico de câncer não represente uma interrupção definitiva no sonho da maternidade.
Outubro Rosa
O Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos na década de 1990 como campanha de conscientização sobre o câncer de mama. O movimento usa o laço rosa para chamar atenção e mobilizar a população. Durante outubro, são realizadas ações de prevenção, diagnóstico precoce, palestras e exames gratuitos em diversas partes não apenas do país, mas de todo o mundo. Além de informar sobre autoexame e mamografia, a campanha também oferece apoio emocional às mulheres diagnosticadas, reforçando a importância do cuidado integral.
Sobre o IVI – RMANJ
IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica na Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Atualmente são em torno de 190 clínicas em 15 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo, sendo líder em Medicina Reprodutiva e o maior grupo de reprodução humana do mundo.
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