A exoneração de Harley Xavier da superintendência da Codevasf – 2ª SR marca um movimento político calculado do governo Lula. O presidente decidiu afastar o aliado do deputado Arthur Maia (União Brasil) no dia 10 de outubro, após o parlamentar acumular votos contra projetos estratégicos do Executivo no Congresso.
Xavier, que estava há quase uma década no cargo, tornou-se símbolo da apropriação política da Codevasf, estatal historicamente usada como moeda de troca. As denúncias do TCU, da Polícia Federal e do Ministério Público — envolvendo desvios, superfaturamento e mau uso de recursos — apenas reforçaram a decisão do Planalto.
A situação expôs a contradição de Maia: controlar uma estrutura federal robusta ao mesmo tempo em que se colocava como opositor. A Codevasf se transformou em instrumento político, com obras inacabadas e suspeitas de distribuição de bens a aliados.
Projetos emblemáticos, como a revitalização da orla de Bom Jesus da Lapa e a construção de um porto turístico, não saíram do papel, apesar dos recursos liberados no período.
Com a demissão, Lula sinaliza que pretende retomar o controle da estatal e reduzir o espaço de partidos que agem na base do “toma lá, dá cá”, enviando um recado direto aos aliados que votam contra o governo no Congresso.
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