A Comissão Estadual da Cadeia Produtiva do Leite foi instalada durante a reunião realizada nesta terça-feira (10) na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), em Salvador. A iniciativa teve o objetivo de promover a discussão, avaliação e integração das ações entre os diversos órgãos, entidades e instituições que atuam no Sistema Agroindustrial de Leite, na perspectiva de propor políticas público-privadas (PPP) de fomento ao segmento, contribuindo para tornar a Bahia autossuficiente na produção de leite.
A comissão pretende dialogar e propor ações que promovam a modernização gerencial e tecnológica, a cultura da cooperação, o empreendedorismo, a integração econômica e produtiva dos elos da cadeia do leite, tendo em vista a elevação da capacidade da geração de emprego, ocupação e renda, para o favorecimento da fixação, de forma digna, do homem no campo.
“Qualquer iniciativa que venha fortalecer a cadeia produtiva do leite na Bahia é bem-vinda. Para nós, é uma alegria muito grande ver o desenvolvimento da cadeia do leite como pauta de um arranjo tão forte, com diversos pensadores, que entendem a importância estratégica dessa produção para o Estado”, afirmou o secretário estadual Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues. A SDR é uma das secretarias do Governo do Estado que integram a comissão.
Segundo o secretário, atualmente, 50% do leite que a Bahia consome vêm de fora, e a Bahia pode ocupar esse espaço, por ter “uma produção qualificada”. Ele enfatizou ainda que está em andamento a organização e formulação do Plano de Desenvolvimento Integrado da Bahia (PDI 2035, que é de fundamental importância incluir esse debate na comissão para saber como se quer ver a cadeia do leite daqui a alguns anos e, a partir daí, ver quais são os papéis de cada um, Estado, Faeb, academia, trabalhadores dessa rede. “Estamos juntos e vamos continuar o trabalho para ver a Bahia autossuficiente”.
O presidente da Faeb, Humberto Oliveira, observou que a instalação da comissão é uma forma de potencializar a produção de leite na Bahia: “A cadeia produtiva do leite é uma das que têm uma impermeabilidade, uma penetração em todas as regiões do estado. Eu diria que, em quase todos os municípios da Bahia, de alguma forma, tem um pouco de produção de leite, ou de subsistência. Por si só, isso já justificaria uma comissão. A grande maioria de produção de leite do estado é de pequenos produtores que necessitam de apoio do estado e das instituições de representação”.
Eleição – Durante a primeira da reunião da comissão, na terça-feira (10), foram escolhidos o nome do médico veterinário Francisco Peltier, para presidir a comissão, e do supreendentemente da Agricultura Familiar (Suaf/SDR), Marcelo Matos, para vice-presidente. Com experiência de mais de 30 anos no ramo produtivo da cadeia do leite, Francisco destacou que a “importância maior” que enxerga nessa comissão “é criar uma sinergia entre Governo, produtores e indústria, para procurar viabilizar a cadeia do leite que gera muito emprego e assim manter e dar crescimento contínuo a esse segmento”.
O superintendente da Suaf/SDR, Marcelo Matos, enfatizou que o fomento à cadeia do leite é algo promissor: “A Bahia tem aproximadamente 118 mil produtores de leite e mais de 90% desses produtores são da agricultura familiar. Essa comissão é fundamental, pois estamos juntando diversos atores para traçarmos um planejamento de curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento da cadeia, desde a produção de leite na porteira, formação de reserva estratégica de alimento, distribuição de muda de palma, assistência técnica, capacitação em gestão da propriedade e parcerias para beneficiamento e comercialização”.
Fazem parte da comissão, além da SDR e Faeb, as secretarias estaduais da Agricultura (Seagri) e do Planejamento (Seplan); Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-BA); Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite); ); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Associação Baiana dos Supermercados (Abase); Associação Brasileira dos Criadores de Girolando; Bahia Leite; Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste); Universidade Federal da Bahia (Ufba); Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) e Sindi-BA.
Foto: Andre Frutuoso/SDR