Quinze anos. Esse é o tempo que a professora esperou para receber seu precatório, resultado do período em que lecionou para o Estado. Além dela, na última sexta-feira (10), o Núcleo Auxiliar de Conciliação de Precatórios do Tribunal de Justiça da Bahia (NACP) pagou R$ 8.360.213 para 119 credores do Estado.
“Já tive depressão por conta dessa espera, mas nunca perdi a esperança”, contou ela, a primeira a receber o alvará de pagamento. “Para nós, isso simboliza um bálsamo”, afirmou emocionado, seu marido Pierre Machat.
O recebimento dos alvarás representa a concretização de um direito já reconhecido por decisão judicial. O NACP é um núcleo administrativo que dá efetividade às decisões das Varas da Fazenda Pública, proferidas contra o Estado, o Município ou o INSS.
Nessa remessa foram pagos dois lotes – 4º e 5º –, resultados de acordos dos credores com o Estado, com um deságio de 40%. O 4º lote somou um total de R$ 7.387.367 e o 5º, um total de R$ 972.846. “Somos uma unidade empenhada na realização de sonhos. Não é o valor envolvido o mais importante, mas, sim, o que representa ele para cada um desses credores”, frisa a juíza Verônica Ramiro, coordenadora do Núcleo de Precatórios.
Para o Coronel da Reserva Militar da Polícia da Bahia, Renê Claúdio Lima, o pagamento, após 14 anos de espera, é a realização de um sonho, pois através do valor poderá ajudar na conclusão da faculdade da filha. “Às vezes desacreditamos e pensamos que o precatório nunca será pago, mas hoje é a confirmação de que esse pensamento está errado, e que devemos ter esperança”, disse o militar.
Foto: Nei Pinto/TJ-BA