Morreu nesta quarta-feira (15) o artista plástico polonês Frans Krajcberg, de 96 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Nascido na Polônia e radicado no Brasil, ele passou a maior parte da vida lutando contra a devastação das florestas brasileiras por meio de suas obras de arte.
O corpo de Frans Krajcberg será cremado às 11h desta quinta-feira (15) no Memorial do Carmo, no Caju, Centro do Rio. O velório será realizado meia hora antes da cerimônia de cremação. As cinzas serão enviadas para o sul da Bahia, onde o artista plástico morava.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Samaritano, a família não permitiu a divulgação da causa da morte de Krajcberg. Nascido na cidade de Kozienice, na Polônia, em 12 de abril de 1921, o artista plástico Frans Krajcberg chegou ao Brasil no final da década de 40.
Na década de 1970, escolheu a Bahia para morar. Engajado com a temática da natureza, ao longo da carreira ele procurou denunciar os crimes ambientais. Por meio de suas obras, ele fez críticas a queimadas, exploração de minérios, desmatamento da Amazônia e desova de tartarugas marinhas.
Foi escultor, pintor, gravador e fotógrafo. Krajcberg estudou engenharia na Universidade de Leningrado. Na Segunda Guerra Mundial, perdeu sua família e se mudou para Alemanha, onde foi aluno da Academia de Belas Artes de Stuttgart.
No Brasil, participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo com duas pinturas. Ele morou no Paraná e no Rio, onde passou a dividir um ateliê com o escultor Franz Weissmann (1911-2005), a partir de 1956.
Em 1972, o artista se mudou para Nova Viçosa, no sul da Bahia, mas viajava muitas vezes para a Amazônia. Frans era conhecido por usar raízes, cipós, caules e troncos para criar sua arte.
Em 2003, foi criado o Instituto Frans Krajcberg com mais de 100 obras dele.