Os municípios produtores de soja na região Oeste da Bahia estão comemorando uma safra recorde. A colheita feita entre os meses de março e abril deste ano garantiram uma média de 62 sacas por hectare, o que representa a conquista de 6 milhões de toneladas de grãos.
O engenheiro agrônomo e assessor de agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke, disse ao site G1 que se trata de um recorde de produtividade do ponto de vista nacional. Embora não tenha dados oficiais, considera que a colheita também deve figurar entre as maiores do mundo.
Stahlke conta que a melhor safra já registrada na região tinha sido entre os anos de 2010 e 2011, quando foram colhidas 56 sacas por hectare. Em 2017, os produtores conquistaram 54 sacas. “Há sete anos que não chegávamos na nossa melhor média registrada, que tinha sido de 56 sacas. Desta vez, os resultados estão para além das expectativas. A colheita superou todos os recordes”
A colheita envolve nove municípios que se destacam na produção de soja na região oeste da Bahia. São eles: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves, Correntina, Jaborandi, Cocos e Bainópolis.
Segundo dados da Aiba, 60% da produção desses municípios é destinada para países aisáticos e 40% para abastecer os mercados do norte/nordeste.
Stahlke afirma que os bons resultados têm a ver com a distruibuição das chuvas na região durante o período de plantio e colheita, que vai de outubro a abril. Ele acrescenta que, diferentemente dos últimos anos, não houve prolongamento de dias de sol no período chuvoso.
“Por anos [no período chuvoso], chegamos a ficar de 30 a 40 dias sem chuva. Esse ano, a gente não teve esse problema”, conta.
A meteorologista Claudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), contou que essa pausa no período chuvoso é conhecida como “veranico”. “[O fenômeno] ocorre quando dentro do período chuvoso da região, aquele que tem frequência de chuvas elevadas, você tem uma sequência dias de sol”.
A meteorologista explica, entretanto, que o “veranico” costuma ter uma duração que varia entre sete e 15 dias.
Para além da ausência do “veranico” no período de plantio e colheita deste ano, Stahlke explica que os investimentos dos produtores da fertilidade do solo também foram determinantes para os bons resultados. Entre 2017 e 2018, a área de plantação chegou a 1,6 milhão de hectare. “Para nós, é a maior área plantada da história”.