Morreu no final da tarde desta segunda-feira (21), no Hospital Samur, o ex-deputado federal Coriolano Sousa Sales, de 74 anos. Ele não resistiu a uma cirurgia cardíaca. Na última semana, Cori foi vítima de infarto, permanecendo na Unidade de Terapia Intensiva. Natural de Santa Teresinha, Cori foi um dos políticos mais atuantes da Bahia. A Prefeitura de Conquista decretou luto oficial por três dias.
Depois das eleições de 2004, quando perdeu a disputa pela Prefeitura de Conquista para o petista Zé Raimundo, Cori caiu no esquecimento e passou os últimos dias de vida praticamente sozinho. Não era dificil encontra-lo fazendo o percurso do seu apartamento, na Avenida Ascendino Melo, até uma lotérica, na Travessa Zulmiro Nunes (onde fazia uma “fezinha”) ou nas imediações da Alameda Ramiro Santos, para bate-papo com ex-correligionários.
Andava de cabeça baixa, usando um chapéu bege, estilo “Panamá”. Às vezes saudava os que lhe cumprimentavam, mas o semblante calado deixava claro que a sucessivas derrotas políticas o-haviam abalado moral e psicologicamente.
Em Vitória da Conquista, onde fixou residência, ele presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil, seguida da Câmara Municipal até chegar a Presidência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, encerrando a suas atividades políticas na Câmara dos Deputados. Informações sobre o funeral ainda não foram divulgadas.
Condenação – Em janeiro de 2014 Cori foi condenado por apropriação de recursos públicos federais destinados à saúde, junto com seu ex-assessor parlamentar Weliton Brito David Carvalho e os empresários Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Ronildo Pereira de Medeiros.
Todos faziam parte do esquema que ficou conhecido como Operação Sanguessuga. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) em Vitória da Conquista, o ex-deputado recebia propina dos empresários para aprovação de emendas parlamentares orçamentárias direcionadas à aquisição de unidades móveis de saúde para vários municípios baianos.
Aprovadas as emendas, a licitação para compra dos veículos era fraudada e o dinheiro, apropriado pelos condenados. Todos tiveram suspensos seus direitos políticos por oito anos, além de ficarem proibidos de contratar com o Poder Público por dez anos. Coriolano e Weliton foram condenados, ainda, à perda solidária de R$ 17.540, pagamento de multa civil de R$ 5 mil e mais R$ 5 mil a título de dano moral coletivo.