Duas cirurgias para tratar pacientes com câncer renal serão realizadas de forma pioneira em Salvador nos próximos dias 18 e 20 de junho. Trata-se da Nefrectomia Parcial Laparoscópica cujo ineditismo está no uso de aparelho específico de ultrassonografia no centro cirúrgico. A intervenção é indicada para eliminar lesões renais localizadas em áreas onde há possibilidade de total remoção, preservando a parte do rim não acometida por doença. Os procedimentos serão feitos no Hospital Cárdio Pulmonar (HCP).
Embora utilizada para doenças benignas, a nefrectomia parcial, que pode ser por via aberta ou laparoscópica/robótica, tem maior indicação no tratamento de tumores renais malignos. Sem comprometer os resultados oncológicos, permite preservação do rim e garante ao paciente menor perda de função renal, com menos distúrbios metabólicos e cardiovasculares pós-operatórios, principalmente em pessoas que já apresentam função renal diminuída (hipertensos, diabéticos, obesos).
A explicação é do coordenador da Urologia do HCP, Lucas Batista, que vai conduzir a equipe que conta com mais dois cirurgiões. Segundo o especialista, a precisão da identificação da área a ser retirada, inclusive em lesões mais complexas, é possível pelo uso da ultrassonografia laparoscópica, que garante completa visualização também de tumores menores ou localizados em áreas de difícil visualização. A cirurgia com a técnica dura, em média, duas horas.
“Às vezes, o tumor está em grande parte ou totalmente inserido no rim, com limites de difícil definição, o que induz a retirada de uma quantidade maior de tecido para garantir completa remoção da lesão”, justifica Lucas Batista, pontuando que o aparelho de USG laparoscópica que será utilizado de forma inédita em Salvador ainda não está disponível na rede pública.
O especialista diz ainda que, no Cárdio Pulmonar, a cirurgia minimamente invasiva é predominante no tratamento de tumores urológicos e a equipe possui expertise no uso dessa nova técnica, tanto para cirurgias laparoscópicas quanto para as robóticas realizadas fora do estado.
Vantagens – Em relação à técnica convencional, o método minimamente invasivo oferece benefícios como menor perda sanguínea e mais rápida recuperação pós-operatória com breve retorno às atividades diárias. “São realizadas de três a seis incisões abdominais que variam entre 5 e 12 milímetros para introdução dos instrumentais cirúrgicos”, explica.
A peça cirúrgica, como completa o especialista, é retirada por uma incisão que varia conforme o tamanho da lesão, sendo menor, mais estética e com menor resposta inflamatória do que na cirurgia aberta.