Apesar de ter dito inicialmente que a escolha seria uma solução provisória, o presidente Michel Temer (MDB) efetivou o general Joaquim Silva e Luna como ministro da Defesa nesta quarta-feira (13). A nomeação de Silva e Luna foi publicada no Diário Oficial da União.
Michel Temer também efetivou nesta quarta-feira outros dois ministros: Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), e Edson Duarte, do Meio Ambiente. Rosário estava no cargo provisoriamente há um ano, quando Torquato Jardim foi deslocado para a pasta da Justiça. Já Duarte exercia o cargo desde abril, quando o ex-ministro Sarney Filho (PV) deixou a pasta para se candidatar nas eleições de 2018.
Controvérsia – O general já comandava a pasta da Defesa, responsável por dirigir as Forças Armadas, desde fevereiro, quando Raul Jungmann saiu para assumir o recém-criado Ministério da Segurança Pública. A controvérsia se deveu ao fato de a decisão de criar o Ministério da Defesa em 1999, tomada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi baseada justamente na finalidade de impor um controle civil aos poderes militares.
A adoção do padrão de escolher um civil também atendia ao interesse de não criar atritos entre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. O temor é o de que haveria dificuldade de impor às demais forças o comando de um integrante de uma delas.
Primeiro militar a chegar ao comando da Defesa, Silva e Luna ganhou nos últimos meses a defesa de colegas para permanecer no cargo, entre eles do comandante do Exército, general Eduardo Villas-Bôas. Até a decisão desta quarta, a expectativa era que Temer adotasse uma solução intermediária: nem confirmasse o ministro, nem o substituísse por um civil, mantendo a interinidade até o final do governo, em 31 de dezembro.
Em março, o presidente comentou sobre o tema em uma entrevista à rádio Jovem Pan, dizendo enxergar um certo “preconceito” contra as Forças Armadas nas críticas à nomeação do ministro. “Temos que trazer as Forças Armadas para a administração, precisamos acabar com esse preconceito. Eu disse várias vezes aos oficiais militares que eles não precisam entrar na política, mas que precisam ajudar a administração”, afirmou.