A Praça da Piedade, no Centro de Salvador, foi escolhida para receber mais de 140 toneladas de alimentos saudáveis, produzidos em dez regiões da Bahia, onde o MST está organizado. Hortaliças, frutas, verduras, livros e artesanatos são alguns dos produtos comercializados na 4º Feira Estadual da Reforma Agrária que promete construir uma relação intima entre quem produz o alimento e o consumidor.
A Feira começou nesta quinta-feira (14) e segue até sábado (16), com diversas atrações culturais, seminários e intervenções artísticas.
Num passeio rápido pela Feira, o visitante encontra milho, licor e muito amendoim, produtos típicos das festas juninas. Além dessa diversidade, o artesanato, as comidas típicas, os fitoterápicos e as plantas ornamentais, possuem espaço garantido nas 150 barracas que estão espalhadas pela Piedade.
Para Katariny Ferreira Neto, uma jovem de apenas 20 anos, do Acampamento Roseli Nunes, em Itambé, no Sudoeste baiano, participa pela primeira vez da Feira expondo plantas ornamentais ou suculentas, como são conhecidas.
Ela destaca a importância da interação entre os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra e o povo da cidade, diante da diversidade e particularidades dos sujeitos. “A produção de alimentos nos assentamentos e acampamentos do Movimento, a partir da agroecologia tem assumido um papel fundamental no enfrentamento ao modelo de produção convencional. Nossa feira precisa ser este instrumento de comercialização dos produtos e de luta, com preços acessíveis”, comenta Ferreira.
Agroecologia – Um dos debates centrais na Feira é a produção de alimentos agroecológicos, que tem ganhado destaque nas discussões do MST através, principalmente, da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, localizada no município do Prado, no Extremo Sul, e a Escola Técnica do Campo e da Floresta Luana Carvalho, em Ituberá, no Baixo Sul da Bahia.
Ambos os espaços têm conseguido somar experiências práticas, apontando novas alternativas de aprender e ensinar numa boa relação com a natureza e conhecendo suas raízes culturais. Essas expressões estão presentes na Feira.
Programação – Como nas últimas edições, a Feira será um espaço de comercialização, mas também, de estudo, formação e palco para grandes atrações culturais. Durante o dia, temas como o atual cenário político brasileiro, a construção de redes produtivas na Bahia e a questão racial estão na programação do evento e para animar as noites, Ilê Aiyê, Bloco Afro Muzenza, Magary Lord, Ed do Forró e Grupo Bambeia já confirmaram presença.