A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, por meio da Vigilância Sanitária, interditou na manhã desta terça-feira (17) uma clínica que funcionava sem alvará, na Rua El Salvador, no bairro Sítio Matias, em Feira de Santana. No local, cujo nome é Associação Beneficente Luz da Vida, atuavam médicos voluntários, dentre eles o deputado estadual Targino Machado (DEM), que é médico e empresário.
De acordo com o chefe do Núcleo Regional de Saúde, Edy Gomes, foi feita uma denúncia anônima através da Ouvidoria Geral do Serviço Único de Saúde (SUS), que é um órgão de controle, e em uma ação conjunta com a diretoria de Vigilância Sanitária do estado, foi feita a inspeção de fiscalização.
“Lá nos deparamos com essa clínica clandestina, uma vez que não tinha alvará de funcionamento. A clínica é de caráter ambulatorial e a fiscalização cabe à Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da Vigilância Sanitária Municipal, órgão competente para fiscalização dos ambulatórios da cidade. Desconhecemos o tipo de atendimento que era feito no local, uma vez que não estava autorizado a funcionar”, disse Edy Gomes.
Sobre a presença de policiais na ação, Edy explicou que é solicitado para possível caso de ameaça ou dificuldade no cumprimento da ação. Ele respondeu ainda as acusações do deputado Targino Machado, que caracterizou a ação como perseguição política.
“Não entendi como perseguição política. Os técnicos são concursados e não têm vínculos políticos. Eles estão fazendo uma investigação baseada em uma denúncia”, afirmou.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o deputado Targino Machado informou que a clínica é uma associação sem fins lucrativos, criada há 10 anos pelo atual vereador e presidente da Câmara de Vereadores, Zé Carneiro, e da qual ele já foi presidente até um ano atrás.
“Nós nunca tivemos interesse, mas se nós quiséssemos que essa associação tivesse utilidade pública municipal, estadual ou federal já teria. Mas, nós não quisemos isso porque tem um dispositivo no estatuto que proíbe a associação de fazer convênio com o poder público. Todos nós somos voluntários e temos vários voluntários médicos que trabalham nessa associação, que não recebem nada e buscamos aqui somente fazer o bem”, afirmou.
O deputado disse ainda que no local são atendidas cerca de duas mil pessoas por semana. “Eles querem fechar e estão preparando um documento, mas eles mesmos assumiram que alguns hospitais públicos não têm as documentações que eles querem que eu tenha. Os atendimentos aqui são básicos, de consulta. Não fazemos procedimentos. Os procedimentos nós encaminhamos para hospitais. Eles querem fechar, eles têm o poder. Todo mundo sabe que eu sou um deputado de oposição ao governo e todo mundo olha pra isso. Nós vamos fazer todos os esforços para voltar a abrir”, declarou.