A cidade de São Paulo vai contar com um sistema de patinetes elétricas compartilhadas a partir deste sábado (11) por meio da iniciativa de duas startups. Segundo elas, o diferencial do veículo é a praticidade no uso e a transformação do transporte em passeio.
A Scoo e a Ride, as empresas que começam a espalhar seus novos veículos pela capital neste mês, beberam da mesma fonte: a febre californiana das patinetes iniciada pela agora bilionária empresa Bird, e tiveram um processo de estruturação similar.
No último ano, a Scoo e a Ride realizaram pesquisas de mercado, entendimento do produto, montaram suas equipes, fizeram seus planos de negócio, desenvolveram seus aplicativos, escolheram seus fabricantes na China e conseguiram seus CNPJ.
Ecológicos, ambos os modelos são elétricos, silenciosos, movidos à eletricidade, alcançam 20 km/h e pesam pouco mais de 10 kg. Para utilizar o serviço, o condutor deverá baixar o aplicativo desejado no Google Play ou na Apple Store e fazer a busca pela patinete mais próxima.
É um sistema de compartilhamento sem estações, conhecido como dockless, em que o usuário retira o veículo em um dos locais indicados pelo aplicativo por meio de GPS. Ao chegar ao local deve-se scanear o QR code com a câmera do smartphone para destravar o veículo.
Os usuários são orientados a utilizar as ciclovias. A devolução do veículo deve ser feita em um dos pontos marcados no aplicativo. O valor da corrida vai ser cobrado pelo tempo de uso e não pela distância percorrida, já que a lógica é a de percorrer microrregiões. O minuto de uso da Scoo custará R$ 0,25, e o da Ride, R$ 0,50.
De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, não há regulamentação vigente para sistemas de compartilhamento de patinetes na cidade de São Paulo.
Scoo e Ride se basearam na Resolução 465 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelece a equiparação entre os veículos ciclo-elétricos e ciclomotores, e os equipamentos obrigatório para condução nas vias públicas abertas.
A Scoo opera oficialmente a partir deste sábado e não cobra pelo serviço até o dia 31. Depois disso, custará R$ 1 para destravar. Neste primeiro momento, as primeiras 100 patinetes vão circular nas regiões das avenidas Paulista e Faria Lima e do Ibirapuera.
A Ride está finalizando os trabalhos para estrear oficialmente seus patinetes até o fim do mês. Serão 50 veículos disponíveis na região da Avenida Faria Lima, e custará R$ 2,5 para destravar.
As zonas Sul e Oeste foram escolhidas por conta da estrutura cicloviária melhor definida, pelo fluxo de pessoas, pela geografia das regiões e pelo público das áreas, mais abertos à cultura alternativa de mobilidade, de acordo com as empresas.
Na visão de Mauricio Duarte, sócio fundador da Scoo, o grande diferencial da patinete em relação a outros veículos é que qualquer um pode começar a andar, sem muita instrução de como fazer isso.
“É muito mais fácil do que andar de bicicleta, que exige habilidade e o esforço de pedalar. Com a patinete, uma mulher com salto e um executivo com terno podem usar sem se preocupar em trocar de roupa quando chegar ao trabalho”, argumenta.
Para o empresário Marcelo Loureiro, fundador da Ride, além de fazer “o transporte virar passeio”, a patinete representa uma alternativa para uma cidade que “grita por soluções de mobilidade”.
“Claro, somos uma empresa, mas pensamos além do lucro. Partimos do princípio de melhorar a vida das pessoas, para que elas tenham outra relação com a cidade. A ideia é de que isso possa redesenhar São Paulo, tornando-a mais amigável e impulsionando a construção de ciclovias e calçadas melhores”, aposta.
Foto: Divulgação/Ride