O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rafael Grisolia, afirmou que a melhor projeção da companhia para a sua dívida líquida ao final deste ano é de US$ 69 bilhões. Ele participou nesta segunda-feira, 10, de coletiva de imprensa em São Paulo.
O montante estimado é inferior aos US$ 85 bilhões do ano anterior. A dívida líquida da companhia vem caindo ano a ano desde 2014, quando chegou a ser de US$ 106 bilhões.
Já o fluxo de caixa livre, segundo apresentado pela companhia, pode atingir US$ 15 bilhões ao final deste ano, um crescimento ante os US$ 13,9 bilhões de 2017.
A Petrobras reiterou sua meta atingir alavancagem de 2,5 vezes o Ebitda. O indicador, segundo Grisolia, leva em conta o impacto da class action.
Durante a coletiva, o presidente da companhia, Ivan Monteiro, destacou que a elevação dos preços do brent tem contribuído para acelerar a trajetória de redução do endividamento da companhia. Ele afirmou que não vê uma tendência de mudança muito grande no cenário de preço do brent ao longo do segundo semestre em relação ao observado até o momento.
Monteiro destacou ainda que a companhia continua com as discussões sobre desinvestimentos de ativos que não foram afetados pela liminar do Supremo Tribunal Federal que proibiu a privatização de estatais sem autorização do Congresso. Ele afirmou que a discussão sobre ativos na África segue em andamento e que a “evolução é positiva”.
Eleições – O diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Rafael Gomes, refutou que o resultado das eleições possa ter um impacto na mudança das práticas de governança da companhia. “Não é uma pequena mudança que possa haver no controlador que vai colocar por terra todas as conquistas dos últimos anos”, disse, na em entrevista coletiva em São Paulo.
O executivo afirmou que a companhia fez melhorias em processos internos, como o de seleção e eleição de administradores e mencionou ainda medidas tomadas em áreas de controladoria e conformidade.
Questionado sobre a percepção de risco no mercado de que uma mudança de governo poderia gerar mudança na diretoria da companhia, o presidente da Petrobras afirmou que isso não tem sido uma preocupação externada por analistas de mercado. Para ele, as mudanças estatutárias promovidas na companhia são “algo permanente”. “O que fizemos em nível de governança dá uma segurança muito grande em relação ao que venha a ocorrer no futuro”, comentou.
“Não nos parece que seja absolutamente razoável supor que alguém vá fazer uma alteração no estatuto da empresa de forma a diminuir a governança”, disse Monteiro.
Conversas – A diretoria da Petrobras tem buscado assessores econômicos das campanhas presidenciais para conversas. Segundo o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, Nelson Silva, as conversas têm sido “muito cordiais”. O objetivo, segundo ele, tem sido apresentar a companhia e falar sobre os resultados.
A iniciativa, que começou há cerca de duas semanas, deve continuar. Silva não quis revelar com quais campanhas o contato já foi feito, mas disse que o objetivo é continuar buscando os assessores e que a dificuldade no momento é de alinhar as agendas.
Ainda sobre as eleições, Monteiro considerou que a companhia tem feito sua “lição de casa” de forma a permitir que ela se beneficie no caso de qualquer mudança no cenário externo.
Segundo ele, o Brasil também se tornará mais ou menos atrativo a investimentos conforme realize suas “lições de casa”. Ele avaliou que os últimos leilões demonstraram “brutal interesse”, o que aponta para uma visão favorável a investimentos.