25 de novembro de 2024
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MPF denuncia Geddel, Cunha e mais 16 por fraudes na Caixa Econômica

MPF denuncia Geddel, Cunha e mais 16 por fraudes na Caixa Econômica

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou esta quinta-feira (4) à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília quatro denúncias relacionadas às investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades em operações da Caixa Econômica Federal em troca de pagamento de propina.

Entre os denunciados estão o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os ex-deputados e presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o operador Lúcio Funaro e o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto.

Eles são acusados dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Os procuradores pedem multa e reparação de danos que ultrapassam R$ 3 bilhões.

De acordo com o MPF, foram identificados repasses que somam R$ 89,5 milhões a Eduardo Cunha de 2011 a 2015, além de R$ 17,9 milhões a Geddel Vieira Lima de 2012 a 2015 e R$ 6,7 milhões a Henrique Alves de 2012 a 2014.

As denúncias estão relacionadas a operações de créditos para os grupos Marfrig, Bertin, J&F Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Parte das acusações refere-se ainda a duas operações com recursos do FI-FGTS.

Segundo as investigações, a estrutura que dava suporte à prática das irregularidades no banco era sustentada por três frentes: o grupo empresarial, o de empregados públicos que operavam na Caixa e no FGTS e o grupo político e de operadores financeiros.

Também foram denunciados Alexandre Margotto, ex-auxiliar de Funaro; Altair Alves Pinto, apontado como operador de Eduardo Cunha; Eduardo Montagna de Assumpção; Henrique Constatino, sócio da Gol; Hugo Fernandes da Silva Neto, operador ligado a Funaro; José Carlos Grubisich Filho, ex-presidente da Eldorado Celulose; Marcos Antonio Molina dos Santos, executivo do Grupo Marfrig; Natalino Bertin, sócio do grupo Bertin; Reinaldo Bertin, sócio do grupo Bertin; Roberto Derziê, ex-vice-presidente da Caixa; Sidney Norberto Szabo, apontado como operador de Eduardo Cunha; Silmar Bertin, sócio do grupo Bertin; Wellington Ferreira da Costa, ex-assessor de Henrique Alves.

Neste caso, as investigações apontam que o sócio da Gol, Henrique Constantino, pagou cerca de R$ 7 milhões em propina a Geddel, Fábio Cleto, Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Alexandre Margotto.

O objetivo, segundo o MPF, seria a obtenção de recursos no valor de R$ 300 milhões, por meio de aquisição de debêntures pelo FI-FGTS.

Os procuradores pedem, em caráter de reparação econômica, moral e social, além de multa, o pagamento do valor mínimo de R$ 111 milhões.

O MPF sustenta que Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Lúcio Bolonha Funaro, Henrique Eduardo Alves e Fábio Cleto pediram R$ 57,3 milhões em propina, paga pelos sócios do grupo Bertin, Natalino Bertin, Reinaldo Bertin e Silmar Roberto Bertin. O objetivo seria liberação de um financiamento de R$ 2 milhões.

Na denúncia, os procuradores pedem, em caráter de reparação econômica, moral e social, além de multa, o pagamento do valor mínimo de R$ 639 milhões.

Nesta denúncia, Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Fábio Cleto, Henrique Eduardo Alves, Lúcio Funaro, Alexandre Margotto e Roberto Derziê de Sant’anna, são acusados de solicitar R$ 182,8 milhões em propinas.

Desse total, R$ 120,2 milhões teriam sido efetivamente pagos por Joesley Batista, com auxílio do ex-presidente da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich Filho. O objetivo seria a obtenção de recursos do FI-FGTS para empresas do grupo J&F.

O MPF pede o pagamento do valor mínimo de R$ 2,2 bilhões em caráter de reparação econômica, moral e social, além de multa.

Por este caso, os procuradores decidiram suspender o prazo para oferecer a denúncia contra Joesley Batista e Ricardo Saud até que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o pedido de rescisão da delação premiada de executivos do grupo J&F. A relatoria é do ministro Edson Fachin.

Segundo a denúncia, Geddel, Cunha, Henrique Alves, Lúcio Funaro e Fábio Cleto solicitaram R$ 9 milhões para liberar R$ 350 milhões em crédito à Marfrig Alimentos. O valor teria sido pago por Marcos Molina, executivo do grupo.

Neste caso, o MPF pede que seja pago R$ 100 milhões em multa e a título de reparação econômica, moral e social.




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