O canal de notÃcias estatal saudita Al Ekhbariya transmitiu um comunicado na madrugada deste sábado (20), pela hora local) segundo o qual resultados preliminares da investigação sobre o jornalista Jamal Khashoggi indicam que ele está morto.
Segundo o governo saudita, uma briga teria ocorrido entre Khashoggi e pessoas que estavam no consulado saudita em Istambul e, por isso, ele acabou morrendo.
O comunicado informou ainda que 18 cidadãos sauditas foram presos em decorrência do caso. Ahmed Al Asiri, chefe de inteligência saudita, e o conselheiro real Saud Al Qahtani foram retirados de seus cargos.
O rei Salman ordenou ainda a reestruturação do comando da agência geral de inteligência sob a supervisão do prÃncipe herdeiro Mohammed bin Salman, de acordo com a agência oficial da imprensa saudita.
CrÃtico – Jamal Khashoggi, jornalista saudita crÃtico ao governo de Riad, era considerado desaparecido desde o dia 2 de outubro, depois que entrou no consulado de seu paÃs em Istambul.
Segundo a BBC, o jornalista esteve no consulado saudita em Istambul pela primeira vez em 28 de setembro, para obter um documento certificando que havia se divorciado da ex-mulher, mas foi informado na ocasião de que teria que voltar outro dia. Ele precisava do documento para se casar com a sua noiva turca, Hatice Cengiz.
Khashoggi marcou o retorno para 2 de outubro e chegou à s 13h14 no horário local – o compromisso estava marcado para as 13h30. Sua noiva ficou aguardando do lado de fora e, a pedido dele, ficou com seu telefone celular e a instrução de que deveria telefonar para um assessor do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se ele não voltasse.
Hatice esperou por mais de 10 horas fora do consulado e retornou na manhã do dia seguinte, uma quarta-feira, e Khashoggi ainda não havia reaparecido.
Desde o inÃcio do caso a imprensa turca acusava autoridades sauditas de terem assassinado Khasoggi dentro do consulado, mas a Arábia Saudita sempre negou e, até esta sexta, nunca tinha admitido que o jornalista estava morto.
O jornal turco “Yeni Safak” inclusive publicou o que dizia ser o conteúdo de gravações feitas no interior do consulado. De acordo com a reportagem, Jamal teria sido torturado e decapitado por agentes sauditas. O veÃculo também afirmou que o assassinato durou sete minutos e que o corpo teria sido desmembrado ainda vivo.
Investigadores turcos estiveram mais de uma vez no consulado e também na residência oficial do cônsul saudita, e nesta sexta fizeram uma busca na floresta Belgrado, na margem europeia de Istambul.