Dezenas de advogados e advogadas participaram hoje de um almoço de confraternização da chapa Renova OAB, que tem como candidato à Presidência o advogado criminalista Gamil Föppel. Durante o encontro, Gamil reiterou que pela primeira vez, na história da OAB, uma chapa apresenta mais mulheres do que homens na composição da diretoria e fez questão de frisar que a cada dia aumenta o número de profissionais que se aproximam para apoiar a chapa.
“Levamos o nosso trabalho muito a sério, mas também sabemos separar o tempo de conviver e de dialogar. Peço que os colegas continuem se agregando e convidando novos e novas colegas porque a OAB não tem dono e nós precisamos colocar ordem na Ordem”, disse o advogado, ao som de “é mil, é mil, é mil, Gamil, Gamil”, cantado por seus apoiadores.
Para o advogado Leonardo Queiroz, 35 anos e 10 anos de formado, a OAB precisa urgentemente garantir as prerrogativas dos advogados na capital e no interior.
“Qualquer advogado que não seja famoso ou que não faça parte de um grande escritório já sofreu violação de seus direitos profissionais. Eu, além de não ser famoso e nem pertencer a um grande escritório, sou um advogado negro. E a dificuldade de se advogar é prejudicada mais ainda por eu ser negro. Alem da difiiculdade do poder judiciário compreender que as prerrogativas devem ser respeitadas, o componente racial ainda pesa mais. Desrespeito às prerrogativas é uma prática que já está quase que naturalizada no poder judiciário brasileiro”, afirma Queiroz.
Para ele, Gamil “é o melhor candidato por três motivos. Citando uma máxima atribuída ao escritor Eça de Queiroz, ele diz que os políticos e as fraldas devem ser periodicamente trocados, e pelas mesmas razões. “No caso, precisamos renovar a OAB. O grupo que atualmente gere a instituição já está no comando há mais de uma década. Isso não é interessante para a democracia nem para a construção de projetos coletivos”, disse Queiroz.
O segundo motivo, segundo ele, é o fato de não acreditar que seja saudável para nenhuma instituição a criação artificial de candidatos. “Gamil é o único candidato nessas eleições que tem legitimidade para se colocar como tal. A outra candidatura, com todo o respeito, me parece que foi um arranjo feito pelo grupo atual para se manter no poder”, argumentou, acrescentando que o terceiro motivo que o faz apoiar Gamil é porque se apresenta como o único candidato que reúne as condições para presidir a OAB. “É um jovem arrojado, com histórico de boa gestão, de compreensão da vida dos advogados, é professor, e é um ser humano que dispensa comentários. Por esses motivos eu apoio Gamil e a chapa Renova OAB”.
A advogada Nildes Carvalho, especialista em direito previdenciário, direito do trabalho, do consumidor e cível, também considera que é tempo de renovar a OAB Bahia. “Junto com Gamil teremos autonomia e compromisso para lutar pela nossa classe. É tempo de renovar e de construir uma nova OAB. Tempo de prestigiar todos os advogados e advogadas militantes que enfrentam dificuldades na labuta da advocacia. Nossas prerrogativas devem ser preservadas. O advogado é essencial para a democracia, por isso é importante ter a OAB ao nosso lado pois é a casa dos advogados e da própria sociedade”.
O professor de graduação e pós graduação em diversas faculdades de Direito em Salvador, Marinho Soares, diz também que a OAB está muito atrasada em vários aspectos, seja na questão das prerrogativas, ou no seu conselho de ética.
“A gestão que aí está não tem como continuar. Fui fazer uma citação oral no conselho de ética da OAB-BA, onde quatro advogados estavam sendo acusados. A cada cliente é definido um tempo de defesa de 15 minutos. Mas o conselho de ética entendeu que, mesmo eu tendo quatro clientes, teria apenas os 15 minutos definidos para a defesa de cada um. Ou seja: lutamos contra cerceamento de defesa, mas a própria OAB não nos garante isso”, denunciou Marinho.