Uma ação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Receita cumpre sete mandados de busca expedidos pela Justiça Federal baiana em empresas e residências de Salvador e de Belo Horizonte (MG). O objetivo da Operação Espelho, realizada na manhã desta terça-feira, 13, é desarticular um esquema de fraudes em importações, identificado no aeroporto internacional da capital baiana, que pode chegar a R$ 400 milhões.
Trinta policiais federais e 16 servidores da Receita participam das buscas, que ocorrem em uma empresa no bairro do Lobato, no subúrbio ferroviário, e em um apartamento no bairro de Brotas, de onde os agentes saíram com um malote, além de outros endereços de Salvador e da capital mineira.
Segundo a PF, as investigações começaram em junho de 2017, quando a Receita apreendeu uma carga no aeroporto, proveniente de Miami (EUA). Apesar dos documentos de importação apontarem que a carga contava com máquinas cortadeiras domésticas, ela continha celulares, aparelhos oftalmológicos, drones, óculos, equipamentos eletrônicos e vinhos, cujo valor total ultrapassava R$ 10 milhões.
“Além da falsidade quanto ao conteúdo da carga, verificou-se também que os verdadeiros importadores eram diversos da empresa declarada, a qual, suspeita-se, além daquela operação, teria sido utilizada para acobertar diversas outras importações fraudulentas, cujos valores podem chegar próximo dos R$ 400 milhões”, explicou a PF, em nota.
Após a instauração de um inquérito, foi possível identificar os empresários, contadores e despachantes que teriam participar do esquema, que são os alvos da operação. A suspeita é que os investigados também tenham agido de forma semelhante em outros estados.
As pessoas investigadas podem responder pelos crimes de descaminho por via aérea, falsidade ideológica e participação em organização criminosa, cujas penas ultrapassam 20 anos de prisão.