29 de abril de 2024
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Caetano faz show em homenagem aos 20 anos do MTST

Caetano faz show em homenagem aos 20 anos do MTST

O cantor Caetano Veloso se apresentou no Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo, neste domingo (10), em ato que celebra os 20 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O artista cantou com o rapper Criolo, o sambista Péricles e Maria Gadu.

Caetano pretendia cantar na ocupação no Bairro Planalto, em São Bernardo do Campo, no ABC, em 30 de outubro, mas a juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública da cidade, proibiu o show. Em sua decisão, ela disse que a ocupação não possuía “estrutura a suportar show, mormente para artistas da envergadura de Caetano Veloso, um dos requeridos nesta ação”.

“É um momento histórico ter artistas como Caetano Veloso e todos que virão fazer um evento público como esse de apoio à luta do MTST”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, antes do início da apresentação.

“Um reconhecimento da legitimidade da mobilização dos sem-teto. Um reconhecimento da força que essa mobilização ganhou na sociedade e, no nosso caso, é a melhor maneira de comemorar os 20 anos do movimento”, acrescentou.

Caetano abriu o show por volta das 18h20 com “Sampa”, música que homenageia a capital paulista, e emendou com “Desde que o samba é samba”, outro clássico de sua autoria.

Ao lado de Maria Gadu, cantou “O quereres”, música de abertura da novela “A Força do Querer”, da TV Globo. Caetano também agitou o público com “Alegria, alegria”, “Leãozinho”, entre outros sucessos. O show terminou pouco depois das 20h10 com a canção “Tieta”.

Discursos – A produtora Paula Lavigne, do Movimento 342 Artes (um dos idealizadores do evento), abriu a rodada de discursos agradecendo a juíza que proibiu o show na ocupação. Segundo ela, a decisão possibilitou involuntariamente a realização de um ato maior na capital.

Em seguida, Boulos assumiu o microfone e criticou o governo federal e a reforma da Previdência. “Não contentes com tudo que têm feito no Brasil, querem aprovar uma reforma que tira o direito à aposentadoria do povo brasileiro. E nós não podemos permitir”, disse.

“Foi a intolerância, como disse a Paula [Lavigne], que proibiu o show do Caetano na ocupação. (…) O que eles conseguiram é que o show do Caetano, que ia ser pra 7 mil pessoas em São Bernardo, virasse um show para mais de 30 mil pessoas no Largo da Batata”, acrescentou.

Depois, a atriz Sônia Braga leu uma carta sobre os direitos humanos. Após sua apresentação, a cantora Maria Gadu gritou “Fora, Temer” duas vezes. O público ecoou a crítica ao presidente da República diversas vezes.

A líder indígena Sônia Guajajara subiu no palco. Ela falou em nome de minorias e puxou o coro de “demarcação já”. Ela ficou ao lado de Caetano quando ele cantou “Um Índio”.




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