O advogado criminalista Gamil Föppel, candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), disse nesta sexta-feira (16) que, após visitar diversos prédios comerciais nessa reta final de campanha, ficou impressionado com a quantidade de escritórios de advocacia que faliram por falta de orientação.
Segundo Gamil, a Escola Superior de Advocacia (ESA) será o cartão de visitas da sua gestão, caso vença as eleições na próxima quarta-feira (21). “Vamos criar uma incubadora de escritórios dentro da Escola Superior de Advocacia. Eu sou entusiasta de um fluxo de educação continuada e permanente de formação”, salientou o candidato. Na sua avaliação, as pessoas têm de viver estudando sempre. “Vamos criar dentro da ESA, não só na capital como no interior, essa incubadora. Mas isso não significa que vamos colocar alguns computadores um ao lado do outro para os alunos terem acesso. Não é isso. Vamos realizar convênios com o Conselho Regional de Administração de Empresas e com o Conselho Regional de Contabilidade para que auxiliem aqueles advogados e advogadas que queiram empreender e montar escritórios”, explicou.
Ainda segundo Gamil Föppel, que é considerado uma das maiores autoridades nacionais em Direito Penal no País, haverá, dentro da ESA, um programa de supervisão (mentoring) com professores advogados contratados para ensinar aos alunos e alunas quais são as melhores estratégias processuais. “Na minha área de atuação, o professor monitor vai explicar se é melhor entrar com uma revogação ou com um pedido de liberdade provisória, por exemplo. Ou se é melhor uma revogação com um pedido de habeas corpus. E esse tipo de ensinamento faremos em todas as áreas. O jovem advogado não quer uma política assistencialista. Não quer que lhe dêem as coisas. Ele quer construir a carreira dele com o seu suor e trabalho”, afirmou Gamil.
“Precisamos ensinar para o jovem advogado como utilizar as novas ferramentas e as redes sociais. Nós não podemos fazer publicidade e propaganda, por exemplo. Mas podemos utilizar as redes sociais para divulgação de conteúdo, escrevendo artigos, comentando uma lei nova, é possível estar presente na vida das pessoas sem precisar fazer um anúncio em televisão. Mas para isso é preciso orientação. A Ordem pode fazer muito pela jovem advocacia e não faz”, avalia.
Segundo Gamil, a atual gestão acha que o coração da Ordem é fazer festa. “Não há hoje um único advogado ou advogada que responda quando foi que realizou na ESA um curso de excelência para aprender a gerenciar um escritório. E isso porque há um projeto desmedido de poder eterno. Por um lado, a atual gestão da OAB vende a idéia de que a jovem advocacia está extraordinariamente bem porque se faz festa todo o tempo. Mas basta percorrer os prédios comerciais de Salvador para ver a quantidade de escritórios de advocacia falidos por falta de orientação”.
A cinco dias das eleições, advogados e advogadas de todo o estado ainda aguardam a publicação de documentos com indicação de qual a empresa que construiu as sedes das subseções da OAB-BA no interior do estado. Prometida pelo candidato Fabrício de Castro, da chapa Avança OAB, durante debate realizado na Rádio Sociedade com o candidato Gamil Föppel, da chapa Renova OAB 30, no último dia 13/11, a publicação não foi feita até o momento.
Nesta sexta-feira à noite, a chapa de Fabrício de Castro divulgou, no site Bahia Notícias, um publieditorial (matéria paga com verbas da OAB), afirmando que “o dinheiro da advocacia hoje é muito bem investido”, mas a matéria não esclarece nenhuma das dúvidas levantadas por Föppel durante o debate. “Falta transparência na atual gestão”, afirma Föppel.
