Líderes internacionais de diversos países, dentre os quais o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o soviético Mikhail Gorbatchov, manifestaram condolências pelo falecimento do ex-presidente dos Estados Unidos, George Herbert Walker Bush, e destacaram sua dedicação ao serviço público.
Trump voltou a se manifestar, após ter divulgado nota oficial mais cedo. Em sua conta no Twitter, disse que Bush levou uma “longa, exitosa e bela vida”. “Sempre que estive com ele, vi sua absoluta alegria pela vida e verdadeiro orgulho em sua família. Suas conquistas foram grandiosas do começo ao fim. Ele foi realmente um homem maravilhoso e sua falta será sentida por todos”, declarou Trump.
Gorbatchov, com quem Bush assinou em 1991 o Tratado de Redução de Armas Estratégicas para limitar o número de mísseis nucleares, manifestou “condolência profunda” à família de Bush e a todos os americanos. À agência de notícias Interfax, declarou que a época da Guerra Fria foi “demandou grande responsabilidade de cada um, e que o resultado foi o fim da corrida por armamentos nucleares”. Gorbatchov disse também que ele e sua esposa, Raisa, “apreciaram profundamente a atenção, o cuidado e a simplicidade típica de George e Barbara Bush, assim como do resto de sua grande e amigável família”.
O líder tibetano Dalai Lama afirmou que Bush foi o primeiro presidente norte-americano que ele teve o “privilégio de conhecer”. “Lembro de ter me sentido profundamente tocado por sua preocupação com o povo tibetano e a situação no Tibet”, disse. “Nada pode substituir a perda de um pai, mas podemos nos alegrar com o fato de que ele teve uma vida significativa, dedicada ao serviço público”, acrescentou.
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, declarou que Bush foi um dos “arquitetos” da reunificação alemã na década de 1990. “Estamos de luto por um grande estadista e amigo da Alemanha”, disse Maas em nota. Bush era presidente quando o Muro de Berlim foi derrubado, em 1989, e deu apoio à reunificação do país menos de um ano depois. “Ele corajosamente aproveitou a oportunidade para acabar com a Guerra Fria”.
Líderes britânicos também divulgaram notas após a morte do ex-presidente americano. A primeira ministra, Theresa May, disse que Bush foi “um grande estadista e amigo verdadeiro” do Reino Unido. May comentou ainda que, ao trabalhar para um “fim pacífico da Guerra Fria”, Bush “tornou o mundo um lugar mais seguro para as gerações futuras”.
John Major, primeiro-ministro britânico entre 1990 e 1997, quando Bush era presidente, afirmou à BBC que o norte-americano “enxergou a obrigação dos Estados Unidos (à época) com o mundo e a honrou”. “Ele foi, simplesmente, uma das pessoas mais profundamente decentes que eu já conheci”, declarou Major.
O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou pelo Twitter que Bush foi “um líder global, que apoiou fortemente a aliança com a Europa”.
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou que o “Presidente Bush foi a personificação dos valores dos Estados Unidos, defendendo o que era certo e lutando durante toda sua vida contra a tirania e a opressão de qualquer forma”.
O ex-presidente Bill Clinton afirmou em nota que o extenso registro de serviços públicos prestados por Bush foi incomum, com serviços prestados ao serviço militar, Congresso, Nações Unidas, ações com a China, a CIA (agência de inteligência dos EUA), como vice-presidente e depois, como presidente. Clinton lembrou que, após ter deixado a Casa Branca, Bush continuou trabalhando pela recuperação das regiões asiáticas atingidas por tsunamis e junto ao governo norte-americano após o furacão Katrina, que devastou o sul do país.
No Kuwait, importante nação produtora de petróleo, o Emir Sheikh Sabah Al Ahmad Al Sabah ofereceu condolências ao filho de George Bush, o também ex-presidente George W. Bush. Sheikh lembrou dos esforços de Bush para “criar uma nova ordem internacional baseada na justiça e na igualdade entre as nações” e disse ainda que o ex-presidente norte-americano jamais esqueceu o povo do Kuwait. A liderança de Bush na Guerra do Golfo (1990-1991) permitiu a saída do Iraque do Kuwait com um número mínimo de vítimas americanas.
Já no Irã, uma emissora de TV estatal informou a morte de Bush descrevendo-o como “outros presidentes dos EUA que desejavam ver o colapso da República Islâmica”.