O juiz do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) da Venezuela Christian Zerpa desertou e partiu para o exterior, informou neste domingo (6) o tribunal, acusando-o de fugir de uma investigação por crimes sexuais.
Um dia depois de boatos sobre o rompimento de Zerpa com o governo de Nicolás Maduro, o TSJ – de linha oficialista – anunciou em comunicado que o juiz está sob investigação por “assédio sexual, atos lascivos e violência psicológica” contra funcionárias de seu escritório.
O presidente do TSJ, Maikel Moreno, assegurou que diante de “repetidas queixas” de “conduta indecente e comportamento imoral”, as autoridades iniciaram uma ação judicial contra Zerpa.
Sem informar para qual país viajou, a corte confirmou que Zerpa deixou a Venezuela.
No sábado, jornalistas venezuelanos que moram nos Estados Unidos relataram a fuga de Zerpa para a Flórida, ligando-a à posse de Maduro para um segundo mandato presidencial (2019-2025) na próxima quinta-feira.
Zerpa militou no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e é alvo de sanções financeiras do Canadá. Ele foi nomeado pela antiga maioria parlamentar oficialista em dezembro de 2015, alguns dias antes de a oposição assumir o controle da Câmara.
De acordo com a jornalista Carla Angola, que o entrevistou, Zerpa gestá disposto a colaborar com o sistema de justiça americano nas investigações sobre corrupção e violações de direitos humanos contra funcionários públicos e colaboradores do governo Maduro.