Uma empresa da nora do presidente da Assembleia Legislativa, o senador eleito Ângelo Coronel (PSD), ganhou contrato sem licitação de R$ 3,5 milhões com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), para fornecer alimentação aos pacientes do Hospital Geral do Estado (HGE) por 90 dias.
A coluna Satélite do Correio informa que a empresa Sabore Cia, em Simões filho, tem entre seus sócios Mariana Depra Ferrari Martins, casada com o deputado estadual eleito Diego Coronel (PSD), filho e principal herdeiro político do parlamentar. O contrato, firmado por meio de dispensa emergencial de licitação, foi assinado no último dia 28 e publicado um dia depois no Diário Oficial do Estado. Pelo serviço, a empresa receberá três parcelas de R$ 1,18 milhão.
A Satélite conta que o novo negócio se soma a uma lista de outros obtidos junto ao governo do estado pela Sabore Cia, que antes era comandada pelo próprio Diego Coronel. Entre eles, o contrato para fornecer alimentos ao Hospital Roberto Santos, assinado em março de 2016, inicialmente, com valor de R$ 15,3 milhões.
À época, o contrato milionário que garantiu para a empresa ligada à família Coronel a conta do Roberto Santos foi alvo de denúncias de irregularidades divulgadas pela imprensa. Grupos que atuam no mercado de alimentação hospitalar acusaram a Sabore Cia de, supostamente, falsificar documentos para vencer a disputa com as demais concorrentes. Além do HGE e do Roberto Santos, a empresa da qual a nora de Ângelo Coronel se tornou sócia já obteve contratos semelhantes com os hospitais estaduais Mário Leal, João Batista Caribé, as maternidades Tsylla Balbino, Al-bert Sabin e do Iperba, além de três unidades de emergência na Liberdade, Cajazeiras VIII e Pirajá.
À Satélite, a Sesab afirmou que a dispensa emer-gencial no HGE teve objetivo de “evitar desassistência” aos pacientes do hospital e que a Sabore Cia “foi declarada vencedora”. Justifica ainda, através de sua assessoria, que a decisão foi tomada após a empresa M de S. Harb, que fornecia alimentação ao HGE, comunicar a interrupção do serviço a partir de 28 de dezembro. Em ofício enviado à Sesab um dia antes, a M de S. Harb disse que suspenderia as atividades por não receber as parcelas do contrato desde setembro passado.