O senador norte-americano Marco Rubio visitou neste domingo (17) um ponto de fronteira para organizar a ajuda dos Estados Unidos à Venezuela e alertou os soldados leais ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que cometeriam um “crime contra humanidade” se bloquearem a entrada dos pacotes de ajuda humanitária que estão sendo canalizados por meio dos rivais de Maduro.
Uma multidão entusiasmada de imigrantes venezuelanos, alguns entoando “Rubio! Liberdade!” recebeu o republicano enquanto ele visitava Cúcuta, na Colômbia. Rubio realizou uma entrevista coletiva tendo à vista uma ponte fronteiriça por onde passaram nos últimos meses venezuelanos que fugiam de dificuldades em seu país.
Os EUA usaram aviões militares e civis para transportar alimentos e itens de higiene pessoal – um esforço que visa minar Maduro e expor a incapacidade de seu governo de superar a escassez de alimentos e remédios. A ajuda deve ser distribuída na Venezuela em 23 de fevereiro por apoiadores do líder do Congresso Juan Guaidó, que é reconhecido nos EUA e em dezenas de outros países como o presidente legítimo da Venezuela.
Maduro está usando militares para impedir a ajuda de entrar, dizendo que é desnecessária e parte do golpe para derrubá-lo.
Rubio advertiu os soldados que bloquear a ajuda seria um “crime contra a humanidade”. Ele disse em espanhol que os soldados que impedem a entrada de ajuda passariam “o resto de suas vidas se escondendo da justiça”.
Aqueles que renunciarem ao apoio a Maduro receberam uma oferta de anistia por Guaidó e pelo Parlamento dominado pela oposição. Poucos soldados aceitaram o prometido.
Rubio, que tem sido uma voz influente na defesa de medidas dos EUA contra Maduro, observou que cerca de 50 nações declararam Guaidó o presidente constitucional da Venezuela, com base em argumentos de que a reeleição de Maduro no ano passado foi fraudulenta e que outras instituições do governo como o Supremo Tribunal não têm autoridade legal.
Rússia, China, Turquia e um grande número de países asiáticos e africanos ainda apoiam Maduro. “Os países que apoiam Maduro não nos surpreendem”, disse o senador. “Todos eles são corruptos, nenhum deles é uma democracia e muitos deles têm bilhões de dólares que querem receber do regime corrupto.”
O senador disse ainda que a questão é “uma crise humanitária, de seres humanos que nada têm a ver com política”. Ele afirmou que os venezuelanos “estão sendo privados de remédios, alimentos e ajuda necessários para viver, enquanto as pessoas que estão à frente desse regime estão vivendo como multimilionários”.