O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (19) que entregará ajuda internacional na fronteira com a Venezuela a pedido do lÃder opositor Juan Guaidó, que em janeiro se proclamou presidente interino do paÃs com o apoio da Assembleia Nacional e que já é reconhecido por 50 paÃses. De acordo com o porta-voz da Presidência brasileira, Otavio Rêgo Bastos, Guaidó será responsável pela distribuição da ajuda.
A medida será realizada em parceria com o governo dos Estados Unidos, detalhou o Ministério das Relações Exteriores, em nota quase simultânea. A partir de sábado, caminhões do paÃs vizinho e dirigidos por venezuelanos serão abastecidos com comida e remédios em Roraima em dois locais: na capital Boa Vista e na cidade de Pacaraima, que fica na fronteira. Na nota divulgada, o governo brasileiro volta a reconhecer Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, e não Nicolás Maduro, como presidente do paÃs, que passa por grave crise econômica e polÃtica.
“A ajuda, que inclui alimentos e medicamentos, será disponibilizada em território brasileiro, em Boa Vista e Pacaraima, estado de Roraima, para recolhimento pelo governo do presidente encarregado Juan Guaidó, por caminhões venezuelanos conduzidos por venezuelanos”, diz trecho da nota.
General Rêgo Barros: O governo brasileiro está mobilizando uma força-tarefa interministerial para definir a prestação de auxÃlio humanitário ao povo da Venezuela a partir do dia 23 de fevereiro, atendendo ao apelo do Presidente encarregado Juan Guaidó.
— Planalto (@planalto) 19 de fevereiro de 2019
Além do Ministério das Relações Exteriores, também participarão da ação a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e os ministérios da Defesa, da Agricultura, da Cidadania e da Saúde, entre outros. A logÃstica ainda está sendo definida.
Guaidó estabeleceu o dia 23 de janeiro como a data para a entrada de ajuda. O governo de Nicolás Maduro, no entanto, rejeita a ação. De acordo com Guaidó, haveria quatro pontos de entrada de ajuda internacional, entre eles a cidade colombiana de Cúcuta, o estado de Roraima, uma ilha no Caribe e outro local não especificado, que se somou à lista nesta terça.
Mais cedo, Jair Bolsonaro havia comunicado a membros de seu gabinete e autoridades do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) que iria retomar a iniciativa em relação à crise venezuelana , que havia desacelerado durante o perÃodo em que o presidente ficou internado e depois com a crise envolvendo Gustavo Bebbiano.
Veja a Ãntegra da nota:
“O governo brasileiro está mobilizando uma força-tarefa interministerial para definir a logÃstica da prestação de ajuda humanitária ao povo da Venezuela a partir do dia 23 de fevereiro, atendendo ao apelo do presidente encarregado Juan Guaidó.
A operação, em cooperação com o governo dos Estados Unidos, está sendo organizada com base no artigo 11 da Lei 13.684/2018 e coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores através da Agência Brasileira de Cooperação, conforme as atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 30 do Anexo I do Decreto 9.683/2019. Participam da força-tarefa a Casa Civil da Presidência da República, os Ministérios da Defesa, da Agricultura, da Cidadania, da Saúde e do Gabinete de Segurança Institucional, entre outros.
A ajuda, que inclui alimentos e medicamentos, será disponibilizada em território brasileiro, em Boa Vista e Pacaraima, estado de Roraima, para recolhimento pelo governo do presidente encarregado Juan Guaidó, por caminhões venezuelanos conduzidos por venezuelanos.
O Brasil se junta assim a esta importante iniciativa internacional de apoio ao governo de Guaidó e ao povo venezuelano.”