A requalificação da orla da primeira capital do Brasil passa, além das obras públicas, pelo estímulo da Prefeitura a novos investimentos por parte iniciativa privada, com as devidas compensações à cidade. Essa é uma das filosofias do eixo Negócios do programa Salvador 360, com mais um resultado dessa estratégia apresentado na manhã nesta segunda-feira (13): o início da demolição do Salvador Praia Hotel, equipamento que estava fechado há dez anos na Avenida Oceânica, em Ondina, e que dará lugar a um novo empreendimento imobiliário que vai gerar 350 empregos diretos apenas na construção.
O alvará de demolição e a autorização para o empreendimento foram entregues no local pelo prefeito ACM Neto a Marcos e Gustavo Dubeux, sócios-representantes da empresa Moura Dubeux, responsável pelo projeto. Estiveram presentes também na ocasião o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis; os secretários de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), Sérgio Guanabara, e de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco; demais gestores e autoridades municipais, convidados e imprensa.
O investimento será feito pela Moura Dubeux, responsável pelo projeto. As contrapartidas para a cidade somam R$ 2,8 milhões, sendo algumas exigidas com base no novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e na nova Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Louos), a exemplo da cobrança da outorga onerosa proveniente do aumento do potencial construtivo e pela área de construção.
O prefeito elencou os benefícios exigidos pela administração municipal para a instalação do novo empreendimento, ação que impactará positivamente toda a população. “Essa obra é um investimento privado de quase R$ 300 milhões e que, além da geração de empregos, vem acompanhando o investimento de requalificação da orla que a Prefeitura está fazendo. Será reformado todo o calçadão deste trecho de Ondina, entregue a Rua Roschield Moreira, que praticamente não é usada hoje, e ser feito todo um investimento de acesso à praia de forma a ter um novo espaço na cidade para pedestres e para quem gosta de curtir a orla de Salvador”.
O gestor também salientou outros aspectos positivos para a cidade com o novo investimento privado. “A possibilidade de tirar esse elefante branco que era o Salvador Praia Hotel e que compunha de uma maneira não tão agradável o cartão postal da orla. Agora, o local vai dar lugar a empreendimentos bonitos que, além da área residencial, também haverá a questão comercial, já que uma parte desses empreendimentos servirá para hotelaria e, portanto, reforçará o turismo da nossa capital”, afirmou ACM Neto.
Processo e melhorias – Por se tratar de um terreno de 12 mil metros quadrados na orla, os responsáveis pelo empreendimento terão que garantir uma cota de solidariedade de 5% da área construída, a ser doada em habitação de interesse social ou paga ao município no valor venal do terreno, para efeito de cálculo do IPTU. Além disso, a área onde o empreendimento será erguido passará por requalificação com recursos da Moura Dubeux, conforme exigência da Prefeitura.
A frente da construção terá passeio de cinco metros de largura e paisagismo. No local, serão implantados jardins com mais de 20 espécies de vegetais, incluindo árvores de pequeno, médio e grande porte. O passeio na beira-mar será revitalizado. A rua Roschild Moreira, que fica na lateral do antigo hotel, será alargada e ganhará piso compartilhado no mesmo nível do passeio, além de um mirante para apreciação do mar, jardins e academias de saúde ao ar livre.
O projeto de requalificação pública foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Assim como ele, o projeto de construção do novo prédio foi aprovado pela Comissão Normativa de Legislação Urbanística, composta por técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), tendo todo respaldo legal e ambiental.
De acordo com o diretor regional da Moura Dubeux, Fernando Amorim, a demolição do antigo Salvador Praia Hotel está previsto para ser concluído em quatro meses, e o novo empreendimento deverá ser entregue em três anos e meio. “É um investimento que já estamos desejando implantar aqui há algum tempo e conseguimos a aprovação após todo o rigor da Prefeitura. Mais de um terço do terreno será para uso público. As pessoas que vão passar por aqui vão poder usufruir o boulevard, além de ter melhor acesso ao mar. Um empreendimento como esse só contribui com a beleza e a harmonia do local, e não terá impacto para o Carnaval”, completou.
Impacto – Houve toda uma preocupação com a mitigação de impactos no trânsito da região. Por isso, os projetos foram analisados pela Comissão de Interferência no Trânsito, composta por técnicos da Secretaria de Mobilidade (Semob) e da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador).
Um estudo de impacto de vizinhança também foi realizado e o empreendimento será construído com itens sustentáveis, visando a adesão ao programa IPTU Verde, gerido pela Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). Cerca de 30% do terreno de 12.000 m² será destinado à requalificação urbana e paisagística. No restante da área serão construídos dois condomínios que serão chamados de Beach Class Salvador e Undae Ocean – uma das três torres, inclusive, será formada por flats, que poderão ser alugados para moradia ou turismo.
Foto: Max Haack/SECOM-PMS