Na última quarta-feira (15), o governo publicou o decreto do Plano Nacional de Turismo 2018-2022, que pretende quase dobrar – de 6,6 milhões para 12 milhões por ano – o número de visitantes estrangeiros no Brasil.
O Louvre, museu mais visitado do mundo, bateu recorde de visitação no ano passado – 10,2 milhões, dos quais quase três quartos são estrangeiros (7,6 milhões).
Em comparação com os vizinhos da América do Sul, a situação não é melhor. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo, o turismo internacional no continente cresceu 6,3% em 2016 e 8,4% em 2017.
No Brasil, as taxas de crescimento foram de 4,5% em 2016; 0,6%, em 2017; e 0,5%, em 2018. No Peru e na Argentina, por exemplo, o turismo internacional cresceu no ano passado 10% e 7,5%, respectivamente, segundo informações do Ministério do Comércio Exterior e Turismo do Peru e do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina.
Embora pretenda aumentar o número de visitantes estrangeiros, o governo retirou do texto do Plano Nacional de Turismo o incentivo ao turismo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), que representa 10% dos viajantes no mundo e movimenta 15% do faturamento do setor, segundo dados do plano original.
Em março deste ano, o governo dispensou o visto de visita para turistas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão que viajarem ao Brasil. O decreto do presidente Jair Bolsonaro entrará em vigor em 17 de junho não prevê reciprocidade, ou seja, brasileiros continuam necessitando de visto para viajar para esses quatro países.
Segundo informações do Ministério do Turismo com base em dados divulgados pelo Grupo Amadeus (que gerencia sistemas de reservas por computador), um mês após assinatura da dispensa do visto (até abril), as reservas de turistas dos Estados Unidos cresceram 53%; do Canadá, 86%; da Austrália, 86%; e do Japão, 150%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Brasileiros – O Plano Nacional de Turismo tem como meta aumentar de 60 milhões para 100 milhões o número de viagens de turistas brasileiros pelo país, e fortalecer o Programa de Regionalização do Turismo (PRT). No primeiro trimestre deste anos, o número de passageiros em voos nacionais atingiu 24 milhões, segundo o Ministério do Turismo.
Para aumentar o número de rotas e a concorrência no setor, o governo tem apostado no sucesso da abertura de capital das empresas aéreas. A medida está prevista em uma medida provisória que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para virar lei.
Segundo o presidente da Embratur, a saída da Avianca do mercado também pode ser um complicador, já que deve concentrar ainda mais o mercado aéreo e elevar o preço das passagens com a redução da oferta. Na última sexta-feira, a companhia aérea Air Europa apresentou à Junta Comercial do Estado de São Paulo pedido para operar voos domésticos no Brasil.
Oliveira se preocupa ainda com as emendas ao projeto, que querem proibir a cobrança pelo despacho de bagagem nos aviões, o que, segundo ele, pode atrapalhar a vinda de empresas de baixo custo para o Brasil.
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também considera essencial a abertura de capital das empresas aéreas.
“Temos que ter a abertura total das empresas aéreas ao capital estrangeiro, o que permitirá a ampliação de companhias atuando no Brasil, além do fortalecimento da promoção turística internacional dos destinos domésticos e a modernização da Lei Geral do Turismo”, disse.