26 de novembro de 2024
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Brasileira será coordenadora do Comitê Mundial da Sociedade Americana de Oncologia

Brasileira será coordenadora do Comitê Mundial da Sociedade Americana de Oncologia

O Comitê Mundial da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) será presidido por uma representante do Brasil. A eleita para essa importante missão é a médica baiana Clarissa Mathias. A posse ocorrerá durante o Congresso da ASCO, que é considerado o maior e mais importante do mundo sobre a especialidade e ocorrerá em Chicago, nos EUA, de 31 de maio a 4 de junho, e tem como mote central da programação deste ano a Medicina Humanizada. Com residência em Oncologia nos Estados Unidos, na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, EUA, Clarissa Mathias é referência nesta área.

“Sempre foquei muito nesta questão da Humanização, que é o que a ASCO traz como tema, porque acho que, só através dela é que a gente consegue acolher o paciente de forma integral e, juntamente com a equipe multidisciplinar, cuidar dele num momento tão delicado da vida”, explica a oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), do Grupo Oncoclínicas.

O objetivo do Congresso é discutir modalidades de tratamento de última geração, novas terapias e controvérsias em curso no campo oncológico. Durante a sua realização, também são apresentados resultados dos principais estudos em andamento em grandes centros de referência, além de novos medicamentos, novas condutas e alguns protocolos que modificam a forma de tratar determinados tipos de câncer.

Os avanços nas terapias direcionadas para câncer de pâncreas, próstata e pediatria, bem como, abordagens modernas para superar o acesso limitado ao tratamento do câncer, estão entre os tópicos que serão destacados no Programa da reunião. O Encontro Anual de 2019 da ASCO reunirá mais de 32 mil profissionais de Oncologia de todo o planeta em uma conferência de tema “cuidar de cada paciente, aprendendo com cada paciente”.

E, segundo Clarissa Mathias, o Brasil caminha a passos largos no exercício humanizado da Medicina. “Nós temos aqui muitas pessoas que são exemplos do exercício humanizado da Medicina em todos os sentidos. Acho que o Brasil tem dado o exemplo disso. E eu fiquei muito feliz da ASCO ter escolhido esse tema, porque acredito na necessidade de cuidar dos pacientes de uma maneira global, a todo momento”, defende.

Estudos e Conquistas – Todos os anos a Sociedade Americana de Oncologia Clínica elege a maior conquista da Oncologia contra o câncer. Em 2019, a entidade considerou o “Progresso no Tratamento de Tumores Raros” o principal avanço do ano, como apontou em fevereiro a presidente da ASCO, Monica Bertagnolli.

“É animador ver progressos substanciais ao longo de apenas um ano, particularmente contra os cânceres raros. Com o número de casos aumentando a cada ano, nós precisamos continuar os avanços nas pesquisas, pois elas salvam vidas”, declarou a oncologista norte-americana .

Atualmente, os tipos raros de câncer representam 20% dos diagnósticos por ano nos Estados Unidos, e as pesquisas apresentaram avanços impactantes para cinco tipos: Carcinoma anaplásico da tireoide: teve o primeiro tratamento aprovado em 50 anos; Tumores desmoides: o medicamento sorafenibe foi o primeiro a aumentar o tempo de vida dos pacientes, sem progressão da doença; Tumores neuroendócrinos: foi aprovado tratamento que aplica radiação direcionada às células tumorais em pacientes com câncer no intestino. O resultado foi a redução do risco de progressão da doença ou morte em 79%; Carcinoma seroso uterino: o medicamento trastuzumabe mostrou eficácia na diminuição do progresso da doença, que é um dos tipos mais agressivos de câncer de endométrio; e Tumor de células tenossinoviais: pesquisas identificaram o primeiro tratamento promissor para este tipo de tumor, apresentando resposta em 40% dos pacientes.

Para apresentação na Reunião Anual, mais de 2,4 estudos classificados como Late Breaking Abstracts (LBA) foram aceitos e outros de 3,2 mil para publicação online em abstracts.asco.org.

Entre as pesquisas em destaque estão:

– Dados de quase 20 anos do ensaio da Iniciativa da Saúde da Mulher sobre modificação dietética avaliando o impacto de uma dieta balanceada e com baixo teor de gordura no risco de morte por câncer de mama entre mulheres na pós-menopausa. (LBA 520).

– Um ensaio clínico randomizado de fase III avaliando um regime de quimioterapia paliativa para pessoas idosas e frágeis com câncer gastroesofágico, que são incapazes de tolerar a quimioterapia padrão. (LBA 4006).

– Um estudo de fase I / IB avaliando a terapia direcionada a pacientes pediátricos com tumores sólidos, incluindo cânceres do sistema nervoso central que abrigam mutações genéticas específicas. (LBA 10009).

– Um estudo que analisa a frequência de alterações moleculares alvo em cancros pediátricos entre os doentes incluídos na fase II do ensaio clínico II NCI-Children’s Oncology Group Pediatric Molecular Analysis for Therapy Choice (NCI-COG Pediatric MATCH). (LBA 10011).

– Um ensaio clínico randomizado de fase II / III comparando a lenalidomida à observação em pessoas assintomáticas, mas com alto risco de progressão para mieloma múltiplo. (LBA 8001).

Foto: Divulgação




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