A Sala Eliel Martins, localizada na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), foi palco durante toda a manhã desta quarta-feira (29) de uma ampla discussão, por meio de Audiência Pública, acerca da contaminação das águas por agrotóxicos em 271 municípios baianos, como Mucugê, na Chapada Diamantina, Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Itapetinga, Centro Sul, e São Félix do Coribe, no Oeste, que estão no topo da lista. A ocasião foi liderada pelo presidente da Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da ALBA, deputado estadual José de Arimateia (PRB) e proposta pelo vice-presidente do Colegiado, Marcelino Galo (PT).
Para ilustrar a importância do assunto, o deputado José de Arimateia frisou que a Bahia segue em 7º lugar entre os estados que mais consome agrotóxicos. Segundo ele, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (EMBASA), ainda não passou informações consistentes, inclusive durante a Audiência Pública. No ensejo, o republicano cobrou ainda providências do Governo Rui Costa. “O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o INEMA, tem um papel fiscalizador fundamental e a Embasa precisa dar uma explicação mais clara sobre a qualidade da água que distribui. Vamos cobrar o esclarecimento de cada um nesse processo. Farei uma série de encaminhamentos aos órgãos competentes e principalmente ao Governo da Bahia, pois já é um problema de Saúde Pública”, opinou.
Conforme relatou o engenheiro agrônomo e técnico da DiVISA/SESAB, Ruy de Abreu, uma alternativa para reduzir os riscos que os agrotóxicos provocam seria através de questões estruturantes, como a Política Nacional e Estadual de Redução de Uso de Agrotóxicos, na perspectiva de uma transição ecológica. Ele ainda alertou que um bilhão de litros de agrotóxicos são despejados anualmente nas lavouras brasileiras, tornando o país como um dos maiores consumidores de agrotóxicos. ”Toda essa situação gera um risco muito grande para a saúde da população e meio ambiente. Consequências que hoje não estão bem associadas, mas a incidência de câncer, de autismo em crianças, puberdade precoce, alzheimer, parkinson, dentre outras doenças, estão bem ligadas nesse contexto”, explicou.
Também participaram da Audiência Pública, a diretora de Empreendimentos da EMBASA, Rita de Cássia Bonfim, a promotora de Justiça e coordenadora das Promotorias do Consumidor, Márcia Câncio, o diretor de Fiscalização e Monitoramento do Inema, Marcos Silva Machado, além da coordenadora do Fórum Baiano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos, Luciana Khoury.
Foto: Cris Oliveira/ALBA