O postulador da causa da canonização de Irmã Dulce, Paolo Vilotta, visitou na manhã desta terça-feira (04) a sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Vilotta é o representante do Vaticano responsável por conduzir os processos de beatificação e canonização, defendendo a causa de candidatos à santidade na Igreja Católica, ele está à frente da causa de Irmã Dulce desde 2010.
O jornal A Tarde informa que, durante a visita, o postulador conheceu conheceu toda a estrutura do hospital, incluindo os núcleos e foi acompanhado pela superintendente da OSID, Maria Rita Pontes, que também é sobrinha de Irmã Dulce. A coordenadora do Núcleo de Pessoas com Deficiência, Rosinei Souza, apresentou este espaço para o postulador e mostrou como ocorre o atendimento neste núcleo. Vilotta passou pelos núcleos de Oncologia, Geriatria, Pediatria e o Centro de Reabilitação. Outros espaços já são conhecidos por Vilotta, pois o postulador já fez outras visitas ao local.
A superintendente da OSID apresentou ao postulador as informações sobre cada núcleo. As Obras Sociais Irmã Dulce realizam por ano 3,5 milhões atendimentos ambulatórios, 20 mil cirurgias são feitas pela instituição, 36 mil internamentos e 21 núcleos estão estabelecidos na sede. Existem unidades nas cidades de Irecê, Barreiras e Santa Rita de Cássia.
Maria Rita Pontes comentou como esta a expectativa para a cerimônia de canonização. “É de muita alegria, mas também temos muito trabalho. Temos visitas dos postuladores, algumas providências para o grande dia em Roma e uma semana após o evento no Vaticano, nós vamos realizar uma missa de agradecimento em Salvador. São esperadas milhares de pessoas para essa missa e como temos conhecimento com a beatificação, convocamos todos que ajudaram na beatificação para essa nova etapa, que acreditamos que deve acontecer em outubro”, relata.
Sobre o local da missa em Salvador, ainda está sob definição. “Se na beatificação recebemos 79 mil pessoas, na canonização esperamos um espaço maior. Estamos avaliando onde ocorreu a última missa do Papa João Paulo II em 91, ali na orla próximo ao bairro da Boca do Rio, visto que este espaço comporta mais pessoas”, afirmou Maria Rita.
A superintendente da OSID também falou como a busca para conhecer a história de Irmã Dulce cresceu. “O número de fiéis cresceu muito, posso dizer que quase o triplo de pessoas que visitavam passaram a ter interesse em conhecer não só o santuário, como também o café, o memorial e a lojinha. Acredito que com a canonização esse número irá crescer muito mais. Recebemos muitos relatos de graças. No perfil do Instagram pedimos depoimentos e já tivemos muitos depoimentos só agora pela manhã. As pessoas me param na rua e me contam histórias lindas”, conclui.
O postulador Paolo Vilotta relatou também o processo ao longo de uma década acompanhando a história de Irmã Dulce. “Foi uma experiência muito Ãntima e espiritual, antes do trabalho. Porque na verdade eu comecei aqui em 2009, junto com o Padre Paulo Lombardo, que era postulador da causa na época e fui com ele trabalhar com o primeiro reconhecimento canônico. Participei na beatificação, quando comecei a ser postulador e foi um caminho muito importante, porque nesses 10 anos foi um contato de amizade com a OSID, com Maria Rita e demais funcionários daqui. Foi uma riqueza pessoal para mim, para aprender e conhecer a continuidade das obras de Irmã Dulce”, conta.
Vilotta apontou também que Irmã Dulce já é considerada santa e que o processo atual é para identificá-la para sociedade como uma entidade religiosa. Esta definição é feita no Vaticano, em uma cerimônia religiosa, com o papa Francisco.