A redução do número de mortes no trânsito em Salvador entre os anos de 2018 e 2017 colocaram a cidade em uma posição ainda melhor frente à Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020), lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em maio de 2011 e em curso até o próximo ano.
Na última segunda-feira (3), o prefeito ACM Neto e o titular da Superintendência de Trânsito, de Salvador (Transalvador), Fabrizzio Müller, divulgaram que houve uma redução de 5,8% do número de pessoas mortas no trânsito em 2018 em comparação a 2017. Em se considerando a meta da ONU para a década, de redução de 50%, Salvador já ultrapassou o percentual, alcançando 57,1%.
Vitor Pavarino, consultor de segurança no trânsito da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entidade ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), avaliou os dados como dignos de nota e de exemplo para outras cidades e outros países. “Essa redução é impressionante e serve de exemplo para muitos que consideravam que uma meta como 50% na redução de mortes e de lesões no trânsito era algo inatingível. Muitos diziam que essa meta era ambiciosa demais. No entanto, Salvador vai lá e nos mostra que conquistar essa meta é possível”, afirmou.
Para Pavarino, a redução é reflexo de uma série de ações que vêm sendo realizadas pela Prefeitura, como a participação do Projeto Vida no Trânsito, que na capital baiana é coordenado pela Transalvador; as mobilizações para a educação e fiscalização; e as melhorias na engenharia e infraestrutura. “Sem dúvida, eu destacaria as melhorias voltadas para os setores mais vulneráveis no trânsito, entre eles os pedestres e ciclistas, com a construções e implantações, por exemplo, de ciclovias, ciclofaixas e de espaços voltados para os pedestres. Isso com certeza fez uma diferença grande”, opinou.
No início de maio, a Opas havia destacado Salvador como um dos três exemplos na América Latina de redução de mortes no trânsito em matéria publicada no site da entidade. Os fatores que colocaram a cidade em destaque ao lado da cidade de Guanajuato, no México, e do Uruguai foram a redução do número de acidentes fatais entre 2017 e 2010 e a integração intersetorial promovida pelo Projeto Vida no Trânsito.
“Esse também é um ponto digno de nota, o fato de Salvador ter vencido as dificuldades naturais que se tem em uma tentativa de integrar setores com realidades diferentes, como o da saúde, da educação, do trânsito e da segurança pública, entre outros. Com bastante determinação e vontade, a equipe técnica de Salvador e de todos os envolvidos no programa Vida no Trânsito souberam superar essas dificuldades para chegar a esse resultado impressionante que a cidade chegou”..
Vida – O Projeto Vida no Trânsito é uma iniciativa brasileira voltada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da ONU para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito (2011 a 2020). Em Salvador, o projeto está sendo coordenado pela Transalvador e é composto por órgãos municipais, estaduais e federais que também se debruçam sobre a temática de segurança no trânsito.
A Década de Ações pela Segurança no Trânsito foi lançada com o intuito de reduzir o número de mortes e lesões no tráfego mundialmente e salvar vidas. À época em que foi lançada, havia uma estimativa de cerca de 1,2 milhão de mortes por ano no trânsito. Atualmente, o número aumentou para 1,3 milhão. De acordo com Pavarino, do ponto de vista relativo, é possível dizer que houve uma estabilização do número, considerando que aconteceu um aumento do número da população e da frota veicular. No entanto, os acidentes no trânsito ainda são anona causa de morte no mundo e há muito a ser feito pelas cidades, estados e países.
Foto: Divulgação/SECOM-PMS