Em entrevista ao programa Pânico da rádio Jovem Pan nesta quinta-feira (13), o jornalista norte-americano Gleen Greenwald, proprietário do site The Intercept – o mesmo responsável pela divulgação dos supostos áudios atribuídos ao ministro Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol – disse que ouviu do diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, que João Roberto Marinho proibiu que jornalistas da emissora trabalhassem com ele, depois que o seu marido, David Miranda, publicou um artigo no jornal inglês The Guardian, acusando a Globo de apoiar o “golpe” na época do impeachment de Dilma Rousseff.
O site O Antagonista procurou Ali Kamel e recebeu a seguinte nota do diretor de jornalismo da emissora:
“Glenn Greenwald mente quando diz que há seis meses ouviu de mim que João Roberto Marinho proibiu qualquer pessoa de trabalhar com ele. Não vejo Glenn Greenwald desde 2013. A mentira se desfaz por si: se fosse verdade que ele ouviu tal absurdo do próprio diretor de jornalismo da Globo, o que o faria procurar o Fantástico semana passada com nova proposta de trabalho? Tampouco se sustenta o motivo sobre o veto que nunca existiu. Se o motivo foi o artigo que o marido de Glenn, David Miranda, publicou no Guardian, como se explica que o próprio David tenha participado de programa de entrevista na GloboNews, por mim dirigida? Por fim, Glenn também mente quando diz que perguntou há uma semana se a Globo tem algo contra ele e não ouviu resposta. Por três vezes, ele ouviu do jornalista que o atendeu, na redação do Fantástico, que a Globo nada tinha contra ele. E justificou: ‘Se tivesse problema, eu o receberia em plena redação?’ Repito: Glenn exigiu que a Globo se comprometesse, de maneira irrevogável, a publicar a tal bomba sem que o assunto fosse revelado a ela antes. A isso se chama cheque em branco. A Globo não dá cheque em branco a ninguém, especialmente a Glenn Greenwald”.
Foto: Divulgação TV Globo