O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (21) que vai “levar a sério” as recomendações e sugestões da alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachellet. Horas antes, a representante das Nações Unidas se reunir com o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
Apesar da tentativa de Maduro de se aproximar de Bachelet, a representante da ONU criticou duramente a repressão do chavismo a dissidentes em declarações anteriores.
“Estou muito preocupada com o encolhimento do espaço democrático, principalmente com a contínua criminalização dos protestos pacíficos”, disse Bachelet em março.
“Ela pode contar comigo, como presidente, para levar com toda a seriedade suas sugestões, recomendações e propostas”, disse Maduro.
Após o encontro no Palácio de Miraflores, em Caracas, Bachelet disse que chegou a acordos para vigiar a situação dos direitos humanos na Venezuela e pediu pela libertação de todos os presos políticos “por exercer seus direitos civis e políticos de forma pacífica”.
“Temos o compromisso expresso do governo [Maduro] para avaliar uma comissão nacional de prevenção à tortura, assim como avaliar quais os principais obstáculos para o acesso à Justiça no país”, disse Bachelet.
Há cerca de 687 pessoas detidas por razões políticas no país, de acordo com a ONG Foro Penal. Maduro nega que haja prisões desse tipo no país.
Ainda assim, na véspera da chegada de Bachelet, o regime chavista libertou 28 ativistas da oposição considerados prisioneiros políticos. Antes, o governo havia permitido a entrada de ajuda humanitária da Cruz Vermelha – criticada anteriormente por Maduro.