A Semana do Clima Latino-Americana e Caribenha, evento da ONU que acontecerá no Salvador Hall, na Paralela, do dia 19 ao 23 deste mês, incluirá pautas e discussões sobre temas agrícolas e políticas para sistema alimentares sustentáveis. Mas, muito além de debates e palestras sobre o assunto, quem for ao local também poderá comprar produtos conforme diretrizes baseadas na dieta planetária, isto é, alimentação predominantemente composta por frutas, verduras, oleaginosas e legumes.
As diretrizes para o fornecimento de comida e bebida durante a Semana do Clima foram desenvolvidas pela Prefeitura, através da Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). “É a primeira Semana do Clima da ONU que a alimentação tem uma coerência com a discussão das mudanças climáticas. Foi uma escolha nossa em criar essas diretrizes, e queremos trazer à tona essa discussão, não só durante a Semana do Clima, mas depois, como um legado para expandir essa consciência alimentar”, frisa a coordenadora da Política de Alimentação da Semana do Clima, Luísa Leite.
São um total de 11 diretrizes, sendo que uma delas prevê a comercialização de produtos naturais, sem qualquer proteína animal, além da participação de produtores locais e de agricultura familiar que trabalham nos biomas Mata Atlântica e Caatinga. Estes foram selecionados e venderão itens como chocolate, licuri, castanha de caju do sertão e mel de abelhas nativas em estandes compartilhados. As organizações confirmadas para estarem lá são Coopes, Cooperacaju, Coopfesba, Central da Caatinga e Coopcab.
A praça de alimentação da Semana do Clima também contará com restaurantes como alternativas gastronômicas para quem buscar comer de forma saudável, natural e orgânica. O público poderá comer no Da Vila, Mariposa, Zaatar, Amma, Oca, Ravegana Doceria e Amana, Mandi Tapioca, Latitude 13 e Mondo Gelato Artesanal.
Impacto – O titular da Secis, André Fraga, reforça que o volume de carne ingerido pela população tem impacto direto no clima. Só para se ter uma ideia, a produção de um quilo de carne bovina consome em média 17 mil litros de água. Sem contar que o processo também traz outras consequências negativas como redução da biodiversidade. “É uma produção que demanda muita reserva florestal, não apenas na Amazônia, mas também boa parte do serrado, por conta dos gases do efeito estufa”, destaca.
Além de ausência de proteína animal, as diretrizes do fornecimento de alimentos e bebidas elaboradas para o encontro da ONU também envolvem: uso responsável da água, utilização de embalagens recicláveis sem serem plásticas, a participação de cooperativas que farão a gestão de materiais recicláveis durante o evento, além de coleta e compostagem de resíduos orgânicos que será feita em parceria com o Salvador Shopping.
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