Um grupo heterogêneo de cerca de 200 pessoas aguardava ansioso na tarde desta terça-feira (10) o desenrolar de uma projeto que começou em 2014. Sob o sol tímido do outono escandinavo, os ministros da Defesa do Brasil e da Suécia, representantes das Forças Aéreas dos dois países e convidados acompanhavam as manobras do primeiro caça Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB).
O contrato, assinado há cinco anos, atravessou três governos e a recessão brasileira. No total, serão 36 aeronaves, que devem começar a operar no País a partir de 2021. O primeiro modelo a ser fabricado no Brasil deve ficar pronto em 2023 e contará com um diferencial: dois lugares.
Parte do acordo prevê a transferência de tecnologia da fabricante sueca Saab para o Brasil. Segundo o brigadeiro Valter Borges Malta, do Comando da Aeronáutica, o pacote inclui armamentos e dará ao Brasil a possibilidade de projetar seus próprios modelos de caças no futuro.
São 200 brasileiros trabalhando no projeto na sede da empresa sueca. A expectativa é que, quando a produção dos aviões de combate estiver operando no Brasil, o País se torne uma plataforma de venda dos caças aqui fabricados para outros governos.
Um dos possíveis interessados é o governo da Colômbia. Além do Brasil, a Saab também tem contratos com Indonésia, África do Sul e República Tcheca, entre outros.
Com a crise e o corte de gastos do governo, no entanto, apenas cerca de metade do R$ 1,1 bilhão previsto para o programa este ano foi liberado. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, reconheceu que as perspectivas de recursos não são positivas, mas que o ministério tentará reverter a situação.
Foto: Divulgação/M. da Defesa