O potiguar Italo Ferreira viveu uma verdadeira saga, digna de campeões olímpicos, para conquistar neste domingo (15) a medalha de ouro e garantir a vitória do Brasil no ISA World Surfing Games que não acontecia há 19 anos.
Três surfistas que estão na briga direta pelo título mundial do World Surf League Championship Tour 2019, disputaram a grande final no Japão e o número 6 do ranking conseguiu a medalha de ouro com uma nota 10.
A medalha de prata ficou para o terceiro colocado no CT, Kolohe Andino, e o quarto colocado, o bicampeão mundial Gabriel Medina, ficou com a de bronze.
A bateria foi completada pelo japonês Shun Murakami, que encaminhou sua vaga para as Olimpíadas de Tokyo 2020 com este resultado em Miyazaki.
A cearense Silvana Lima já havia sido medalha de prata na final feminina, vencida pela peruana Sofia Mulanovich. Essa prata somada as duas conquistadas por Italo e Medina, confirmou a equipe do Brasil como campeã do ISA Surfing Games 2019.
O atual número 1 do Jeep Leaderboard da World Surf League, Filipe Toledo, também estava representando o Brasil no Japão, junto com a gaúcha Tatiana Weston-Webb e a catarinense Tainá Hinckel, no entanto, sentiu uma contusão no sábado e teve que abandonar a competição antes das finais.
Esse evento serviu para legitimar a classificação dos surfistas da elite mundial pelo ranking do CT, que vai definir dezoito vagas para a estreia do surfe nos Jogos Olímpicos, dez homens e oito mulheres, limitado a dois atletas por cada país.
No momento, Italo Ferreira estaria de fora do time, pois Filipe Toledo em primeiro lugar e Gabriel Medina em quarto, seriam os representantes do Brasil em Tóquio 2020.
Na categoria feminina, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima já estão praticamente garantidas no time brasileiro.
Saga Pré-Olímpica – Italo Ferreira viveu uma verdadeira saga para conquistar o ouro no Japão. Ele sofreu vários contratempos durante a viagem, seu passaporte foi roubado nos Estados Unidos, mas arrumou outro e chegou em cima da hora para estrear em Miyazaki, sem as pranchas e nem as malas. O potiguar então competiu de bermuda jeans com uma prancha emprestada de Filipe Toledo, entrando na bateria quando restavam 8 minutos para o término.
Mesmo assim, conseguiu o primeiro lugar e foi avançando as baterias até chegar na grande final, mostrando toda a raça característica dos surfistas criados na Região Nordeste do Brasil.
Na decisão do título, completou um aéreo incrível que recebeu nota 10 dos juízes, para conquistar a medalha de ouro com o maior placar do ISA Surfing Games no Japão, 17,77 pontos de 20 possíveis.
“Foi um campeonato bem legal e quero parabenizar todos os surfistas e países que participaram do evento”, disse Italo Ferreira. “Estou muito cansado agora, porque foram muitas ondas, muitas manobras e muitos momentos emocionantes que vivi essa semana aqui. Eu apenas tentei mostrar o melhor do meu surfe e estou muito feliz pela vitória”.
O Brasil não conquistava a medalha de ouro por equipes desde o ano 2000 e conseguiu quebrar o jejum agora, com as excelentes participações também do bicampeão mundial Gabriel Medina com a medalha de bronze e a cearense Silvana Lima com a prata. A equipe dos Estados Unidos ficou com a medalha de prata, a do Japão ganhou a de bronze e a do Peru levou a de cobre, pela quarta posição na classificação final por países.
Os surfistas da elite mundial da World Surf League não vinham competindo nos jogos da ISA nos últimos anos, mas era necessário agora para legitimar suas classificações para os Jogos Olímpicos.
Qualificação provisória – Além do japonês Shun Murakami, também entraram na lista de qualificação provisória para Tóquio 2020 com seus resultados no ISA Surfing Games, encerrado neste domingo no Japão, o marroquino Ramzi Boukhiam, o neozelandês Billy Stairmand e o português Frederico Morais na categoria masculina.
Na feminina, são a japonesa Shino Matsuda, a israelense Anat Lelior, a sul-africana Bianca Buitendag e a neozelandesa Ella Williams, que em 2013 conquistou o título mundial Pro Junior da World Surf League na Praia da Joaquina, em Florianópolis (SC), junto com o hoje bicampeão mundial Gabriel Medina.
Foto: Ben Reed/ISA