“Participo deste ato público em defesa da Petrobras e contra a desativação das atividades da empresa na Bahia, primeiro na condição de baiano e, depois, como presidente da Assembleia Legislativa. Já estamos em uma situação muito difícil, com a quebra de nossas principais empresas de engenharia – Odebrecht, OAS e UTC. Caso aconteça mesmo o fechamento das unidades da Petrobras na Bahia será um desastre completo. Em Salvador, então, será de calamidade”, alertou o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, Nelson Leal, ao participar, nesta segunda-feira (23), de ato suprapartidário em defesa da Petrobras na Bahia, promovido pelo Sindipetro.
Ao lado do senador Jaques Wagner e dos deputados federais Lídice da Mata, Joseíldo Ramos, Nelson Pelegrino e Valmir Assunção, Leal relembrou que a Petrobras nasceu na Bahia. “O desmonte da Petrobras – que nasceu na Bahia e onde foi descoberto o primeiro campo de petróleo do Brasil – pode ser um desastre sem precedentes para a economia do Estado. Doze municípios baianos serão afetados diretamente pelos estragos, que podem comprometer a extinção de cerca de 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos, além de afetar diretamente o Polo de Camaçari. É um desastre de proporções incalculáveis”, adverte o chefe do Legislativo estadual.
Nelson Leal discorda da atual política de dolarização dos preços dos combustíveis praticado pela Petrobras. “Com a importação de derivados, estamos deixando de usar nosso parque de refino. A Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe – a segunda maior do país, criada em 1950 – composta por 26 unidades de processo e capacidade para refinar 323.000 barris de petróleo/dia, só está operando com 50% da sua capacidade. Somente ela emprega cerca de 2 mil trabalhadores e é responsável por 82% dos R$ 37 milhões da receita mensal de São Francisco do Conde. Caso feche, vai semear mais pobreza pelo nosso Recôncavo”, diz Leal.
O presidente da ALBA defende que o Sindicato de Petroleiros da Bahia – Sindipetro – dialogue com todos as lideranças políticas, econômicas e sociais da sociedade baiana. “É hora de união, como foi feito na histórica campanha ‘O Petróleo É Nosso’. Por isso, apoio totalmente a reunião do diretor do Sindpetro, Radiovaldo Costa, com o prefeito de Salvador, ACM Neto, com intermediação do deputado federal Paulo Azi, líder do DEM na Câmara. O que importa agora são os interesses da Bahia”, prega o presidente da ALBA.
Estiveram presentes no ato público em defesa da Petrobras na Bahia, os deputados estaduais Luciano Simões (DEM), Rosemberg Pinto (PT), Niltinho (PP), Fabíola Mansur (PSB), Hilton Coelho (PSOL), Neusa Cadore (PT), Marcelino Gallo (PT), Olívia Santana (PCdoB), Jacó (PT), Fátima Nunes (PT), Maria Del Carmen (PT) e Osni (PT); o geólogo Guilherme Estrela, ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, responsável pela descoberta do Pré-Sal; o pesquisador William Nozaki, do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep); e Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, além de prefeitos e vereadores de municípios petrolíferos da Bahia.
Foto: Divulgação/ALBA