Em resposta à operação da Polícia Federal realizada contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), na semana passada, líderes da Casa decidiram cancelar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta terça-feira (24), que votaria a nova versão do relatório da reforma da Previdência e liberaria a proposta para ser votada em plenário. A articulação pela derrubada da reunião foi antecipada pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A cúpula do Senado considerou a ação como “abuso de autoridade” e decidiu reagir.
Em uma reunião realizada nesta manhã com líderes até mesmo da oposição e a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), ficou acertado que a matéria será votada pelo colegiado na próxima terça-feira (1º de outubro) e pelo plenário da Casa, na quarta-feira (02).
“O calendário será mantido. Os líderes se comprometeram a votar o segundo turno da proposta em plenário até o dia 10 de outubro, como estava acordado anteriormente”, afirmou Simone Tebet.
A senadora, no entanto, considerou a manobra um “erro de estratégia” por considerar que a comissão poderia deliberar sobre o tema ainda nesta terça, mesmo que os líderes quisessem ir ao STF. Durante a reunião, ela e o relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE), discordaram da decisão da maioria.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros senadores devem ir daqui a pouco ao Supremo Tribunal Federal para conversar com o presidente da Corte, Dias Toffoli, sobre a suspensão da liminar contra a busca e apreensão realizada no Congresso Nacional, no gabinete de Bezerra.
De acordo com a assessoria de Alcolumbre, o trajeto entre o Senado e o STF será realizado a pé.